Rio - O entregador Nilton Ramon de Oliveira, 24 anos, baleado pelo policial militar Roy Martins Cavalcante após uma discussão por causa de um pedido em Vila Valqueire, na Zona Oeste, recebeu alta neste sábado (16) após 12 dias internado. Nas redes sociais, o jovem publicou imagens em casa e agradeceu pela vida.
"Cicatrizes são como medalhas de honra, símbolos visíveis da coragem que tive ao enfrentar adversidades e seguir em frente", disse.
O entregador foi baleado na perna. O disparo atingiu sua veia femoral, responsável por garantir o transporte do sangue dos membros inferiores até a veia cava, a principal do corpo. Ele foi encaminhado ao Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, chegou a ficar em estado grave e só acordou um dia após o ocorrido, depois de passar por dois procedimentos cirúrgicos.
Relembre o caso
A briga aconteceu no dia 4 de março, na Praça Saiqui, em Vila Valqueire, na Zona Oeste do Rio. Na ocasião, Nilton fazia entregas de bicicleta e, seguindo as normas do Ifood, se negou a passar pela portaria do condomínio do policial para entregar um pedido, retornando ao restaurante. Minutos depois, o agente foi até o local armado e iniciou-se a confusão.
O entregador chegou a filmar os momentos antes de ser baleado, em que o PM já aparece com a arma na cintura. "Não tô armado, sou trabalhador. Estou sendo ameaçado, ele está querendo me agredir, mostrou a arma na minha cara. Tira a arma e faz na mão", disse Nilton.
Já o agente alegou que o entregador foi mal educado com sua mulher, que teria feito o pedido. "Trabalhador o caral****, minha mulher te tratou com maior educação, vai tomar no seu **. Seja educado, não se propõe a fazer entrega? Então seja educado, minha mulher tem 42 anos e te respondeu na maior educação", falou.
Após ser baleado, o PM teria prestado os primeiros socorros e ido embora em seguida. O Corpo de Bombeiros foi acionado e encaminhou a vítima à unidade de saúde.
Na delegacia , o policial disse que só atirou porque o entregador teria tentado sacar sua arma. No entanto, ele vai responder por lesão corporal. No entendimento do delegado Luiz Henrique Ferreira Guimarães, titular da 28ª DP (Campinho) e responsável pela investigação, a tese de "legítima defesa", apresentada pelo agente em depoimento, não corresponde aos fatos.
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