Na data do episódio, Roy disse que só efetuou o disparo porque o entregador teria tentado sacar sua arma. Luiz Henrique ressaltou que a conduta é "injustificada", mas deixou claro que também não houve tentativa de homicídio.
"O policial não responde por tentativa de homicídio, isso é certo. Ele atirou na perna, acertou a femoral e pegou um cinto para socorrer a vítima. A intervenção dele evitou que a vítima viesse a falecer. Isso nós chamamos de arrependimento eficaz. Ele desiste de continuar a ação e resolve socorrer a vítima. Por isso, ele não responde por tentativa de homicídio e também não vai responder por um possível homicídio. Ele vai responder por lesão corporal, no máximo lesão corporal seguida de morte", afirmou.
Luiz Fernando também opinou contra a prisão preventiva do militar, alegando que "não há requisitos que justifiquem a medida". O requerimento foi apresentado pela advogada de defesa, Anelise Assumpção, após a 1ª Vara Criminal da Regional de Jacarepaguá indeferir uma primeira ação com o mesmo pedido: "A prova maior do descabimento da distribuição em juízo destes autos é a própria manifestação do MP, já que opina pelo indeferimento dos pleitos", diz a decisão.
Nilton Ramon foi baleado no dia 4 de março, na Praça Saiqui, em Vila Valqueire, na Zona Oeste do Rio. Ele fazia entregas de bicicleta e, seguindo as normas do Ifood, se negou a passar pela portaria do condomínio do policial para entregar um pedido, retornando ao restaurante. Minutos depois, o homem foi até o local armado e iniciou-se a confusão.
Desde então, o jovem de 24 anos está internado no hospital Municipal Salgado Filho, no Méier. Nesta sexta-feira (15), de acordo com familiares, ele passou por uma cirurgia reparadora. A direção da unidade de saúde informou que o estado de saúde do paciente é estável.
O entregador foi baleado na perna. O disparo atingiu sua veia femoral, responsável por garantir o transporte do sangue dos membros inferiores até a veia cava, a principal do corpo. Ele só acordou um dia após o ocorrido, depois de passar por dois procedimentos cirúrgicos, e chegou a ficar em estado grave.
A Polícia Militar informou que a Corregedoria segue apurando o caso. De acordo com a corporação, o militar responde a um processo disciplinar administrativo.
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