Presos na operação coordenada entre o MPRJ e a PC estão sendo levados para a 60ª DP (Campos Elíseos)Pedro Ivo/Agência O Dia

Rio - O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Civil realizaram, na manhã desta terça-feira (19), uma operação contra facção que explora cinco condomínios em bairro de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A operação Termidor visa cumprir seis mandados de prisão contra denunciados pelos crimes de organização criminosa, tortura e roubo majorado. Na ação, duas pessoas foram presas, entre elas uma mulher que seria síndica "a mando" do tráfico. Foram apreeendidos celulares, documentos, e outros objetos.
De acordo com o investigação do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPRJ, os alvos da operação são integrantes do Terceiro Comando Puro (TCP) indicados para invadir unidades, expulsar síndicos e moradores de seus imóveis na Estrada do Calundu, no bairro Senhora do Carmo.
A partir do controle, a facção também estabeleceu o tráfico de drogas nessas localidades, além de explorar a venda de água, gás e serviços de internet e TV a cabo nos residenciais. As localidades onde os mandados foram cumpridos são as comunidades da Jaqueira, Pantanal, Sossego e Barro 3.
A última comunidade citada, aliás, é de onde saiu o principal alvo da operação: Leandro dos Santos Sabino, conhecido como Flamengo. Integrante da facção que atua no Barro 3, ele assumiu o comando da região e determinou também a invasão aos condomínios Volterra, Rotonda, Parma, Pádua e Bolzano em 2022.
Antes da entrada da quadrilha de Flamengo, a localidade era controlada por milicianos que respondiam ao comando de Joel Carvalho, o Baby.
Ainda segundo a investigação que resultou na operação, para manter o domínio no local, os traficantes liderados por Flamengo também praticam roubos de carga, extorsões e crimes de tortura. A quadrilha é apontada como autora de diversas execuções.
Um desses casos aconteceu em julho de 2023, quando um síndico de um dos condomínios, que se recusou a pagar taxas para traficantes, foi assassinado. O outro caso aconteceu em setembro, também do ano passado, quando uma família foi obrigada a se mudar da região, após serem torturados e confundidos com delatores. Os moradores tiveram que entregar celulares com senhas para provar o contrário e foram roubados em mais de R$ 1 mil.
A organização criminosa teria sido ainda responsável por uma troca de tiros que assustou a população local em setembro, durante uma tentativa de invasão da milícia. Em meio às trocas de tiros, ao menos dois ônibus e três carros foram incendiados.
A ação do MPRJ contou com o apoio do Departamento Geral de Polícia da Baixada (DGPB) e de agentes da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Polícia Civil. Os presos na operação foram levados para a 60ª DP`(Campos Elíseos) que também atua no caso.