Edméia da Silva, uma das líderes do movimento Mães de AcariReprodução/Luciana Whitaker/Folha

Rio - O Tribunal de Justiça do Rio absolveu, na quinta-feira (4), os quatro policiais militares acusados do envolvimento nas mortes de Edmea da Silva Euzébio e de sua sobrinha, Sheila da Conceição. Edmea é uma das líderes do movimento Mães de Acari. As duas foram assassinadas no dia 19 de janeiro de 1993, no estacionamento da estação do metrô da Praça Onze, no Centro do Rio de Janeiro.
Eduardo José Rocha Creazola, Arlindo Maginário Filho, Adilson Saraiva Hora e Luis Claudio de Souza foram absolvidos por falta de provas.
"Diante do que foi decidido pelos jurados, julgou-se improcedente a pretensão punitiva estatal para absolver Eduardo José Rocha Creazola, Arlindo Maginário Filho, Adilson Saraiva Hora e Luis Claudio de Souza da imputação de prática dos crimes definidos no artigo 121, §2º, incisos I, IV e V, duas vezes, na forma do art. 29, do Código Penal”, anunciou a presidente da sessão de julgamento, juíza Alessandra da Rocha Lima Roidis, do I Tribunal do Júri.
No dia do assassinato, Edmea foi a um antigo presídio na Rua Frei Caneca após ter, supostamente, recebido uma informação de que uma pessoa que estava presa sabia de uma nova informação sobre Chacina de Acari. Ao sair do local, foi morta junto com a sobrinha.
Na época do crime, Eduardo, Arlindo e Adilson atuavam como policiais militares. Já Luiz Carlos era motorista do então subprefeito da Barra da Tijuca, Eduardo Paes, hoje prefeito da Cidade do Rio de Janeiro.
O que é o Mães de Acari
Mães de Acari é um movimento formado por mães de 11 jovens da Favela do Acari, que, em julho de 1990, foram sequestrados em um sítio em Suruí, bairro de Magé, onde passavam o dia. Os sete adolescentes, entre 13 e 17 anos de idade, e outros quatro adultos nunca foram encontrados.
As mães dos desaparecidos começaram uma busca pelos filhos e por justiça, e ficaram conhecidas como Mães de Acari.
O crime, ainda não solucionado, ficou famoso como Chacina de Acari.