Polícia Civil apreende carros e motos de influenciadores investiados Pedro Ivo/Agência O Dia

Rio - A Polícia Civil realizou, nesta quarta-feira (17), uma operação contra artistas e influenciadores digitais suspeitos de fazer rifas ilegais e lesar seus seguidores. Entre os alvos da ação, estiveram o cantor Chefin e os influenciadores Gui Polêmico e Almeida do Grau.

Agentes da Delegacia do Consumidor (Decon) cumpriram sete mandados de busca e apreensão. De acordo com as investigações, as rifas eram realizadas por meio das redes sociais, aproveitando o grande número de seguidores e da fama que ostentam no mundo artístico e virtual.

Ao todo, foram apreendidos três veículos de luxo, cordões de ouro, celulares, quatro motocicletas, dinheiro cinematográfico - que era usado para chamar atenção durante a divulgação das rifas - e uma quantia em dinheiro.


Cinco pessoas foram alvos da ação. Os mandados foram cumpridos nas residências dos investigados, em bairros nobres do Rio de Janeiro, Niterói e São Gonçalo, na Região Metropolitana, e em Magé, na Baixada Fluminense.

Nathanael Cauã Almeida de Souza, conhecido como Chefin, é um dos investigados no esquema. O cantor conta com 6,4 milhões de seguidores no Instagram. Ele é responsável por hits como "10 Carros", "212", "Deus é o Meu Guia", "Do Seu Lado", "Invejoso" e "Tropa do Mais Novo".
Nas redes, ele se manifestou sobre o ocorrido: "O bagulho está 'mó' paz, graças a Deus, valeu rapaziada? Os caras [polícia] veio aqui em casa, tratou a gente na moral, está ligado? Tenho nada para falar dos cara. Fora a mídia que tipo, é um bagulhinho assim [pequeno] e os caras quer 'pá'. O bagulho é tranquilo. Os caras [polícia] levou o cordão para a investigação e é isso. Deus sabe do meu coração. Nem gosto de ficar me explicando porque quem tem que me julgar, falar de mim é Deus e o resto é o resto."

Luiz Guilherme de Souza, vulgo Gui Polêmico, e Samuel Bastos de Almeida, o Almeida do Grau, também são investigados por participarem do grupo criminoso.
Gui Polêmico também se pronunciou sobre o acontecido, mas acusou a mídia de aumentar a gravidade do ocorrido. "O bagulho pequenininho, os caras [a mídia] transformou no maior bagulho... 'Gui Polêmico é vilão, que não sei, que não sei o que lá'. Estava lá escrito no cordão do Chefin uma frase que é verdade: 'cada um com a tua sorte'. O justo não se justifica, está ligado? Então pode ficar tranquilo, verdade vai aparecer. Só isso que eu vou falar. Nós estamos de boa, estou tranquilo."

A ação ainda teve como objetivo identificar outros integrantes do grupo criminoso e coletar provas de outros delitos, como lavagem de dinheiro.

Os alvos utilizavam artifícios fraudulentos para manipular os sorteios e controlar os resultados, garantindo lucros milionários, que são investidos na compra de veículos de luxo e mansões.

Os investigados respondem pelos crimes de jogo de azar, crime contra a economia popular e associação criminosa.