Lucas Dantas do Nascimento, de 28 anos, morreu após se afogar em uma piscina do festival TerratronicReprodução

Rio - A 43ª DP (Guaratiba) solicitou, nesta quarta-feira (17), o depoimento dos dois guardiões de piscina que trabalhavam em festa rave onde o ex-militar Lucas Dantas do Nascimento, de 28 anos, se afogou, no último final de semana. O jovem foi sepultado, no fim da tarde desta quarta, no cemitério Nossa Senhora do Belém, no Corte Oito, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense.
O depoimento dos profissionais faz parte do processo de investigação que já ouviu, ainda nesta quarta-feira, um dos responsáveis pela organização do evento Terratronic, que aconteceu em Guaratiba, Zona Oeste. Além desses envolvidos, também são aguardados na distrital responsável pelo caso outro sócio da festa, familiares e outras testemunhas que presenciaram o resgate da vítima. 
Segundo queixa de membros da família e amigos, houve negligência no socorro ao ex-sargento do Exército. Os parentes contam que o jovem teria ficado cerca de 20 minutos submerso até que alguém percebesse a sua condição.
"Um evento dessa magnitude. Um evento que o ingresso não foi barato, não oferece segurança, não tinha guarda-vidas na piscina, não tinha seguranças para tomar conta daqueles jovens. Se o evento está lá, porque não ter profissionais qualificados. Hoje foi meu filho, mas amanhã pode ser o de outra pessoa", lamentou Henrique Cesar, padrasto de Lucas durante o sepultamento.
Nesta terça-feira, o laudo de necropsia de atestou que a morte foi causada por afogamento. Lucas chegou a ser socorrido e levado para primeiro para um posto médico que haveria no local do evento e, na sequência, para o Hospital Pedro II, em Santa Cruz, Zona Oeste. Na unidade de saúde, contudo, sua morte foi atestada. 
Os familiares questionam também a informação de que Lucas teria sido levado com vida para a unidade de saúde. "O evento alega que tinha guarda-vidas, bombeiros e equipe médica, mas eu te falo: como em um festival que diz que tem salva-vidas, meu sobrinho fica submerso 20 minutos? Eles postaram uma nota 'esclarecedora' dizendo que meu sobrinho saiu do local ainda com vida. Como, se ele ficou submerso 20 minutos? Não tem como", comentou a tia do jovem, Daiana Pimentel. 
Lucas trabalhava como motorista de aplicativo desde que saiu das forças armadas. O jovem foi sepultado, nesta quarta-feira (17), sob forte comoção e pedidos de Justiça por parte dos familiares e amigos. Cerca de 100 pessoas compareceram à despedida. 
Nota emitida pela organização da Terratronic: 

“A equipe Terratronic esclarece que o evento realizado no último domingo 14/04/2024 aconteceu com toda a documentação necessária e exigida pelos órgãos públicos, atendendo todo o quantitativo de prestadores de serviços exigidos pela legislação, ressaltando que durante todo o período o evento contou com guarda-vidas, brigadistas, posto médico, ambulância, médico, enfermeiro e seguranças.

Afirmamos que prestamos apoio e solidariedade à família do jovem Lucas Dantas de Assis e nos colocamos à disposição não apenas da família como das autoridades responsáveis pela investigação.

Estamos acompanhando o caso com bastante atenção e cientes de que ainda não temos o laudo do IML, logo, é leviano realizar qualquer tipo de especulação sem que antes saia um laudo apresentando a causa mortis.”