Clodoaldo Queiroz é o principal suspeito de matar Karen Mancini em Nova Friburgo Divulgação
Suspeito de matar analista do TCE-RJ diz em audiência de custódia ser dependente de álcool e cocaína
Clodoaldo Queiroz de Oliveira vai permanecer preso pelo crime de feminicídio contra a própria companheira
Rio - A Justiça do Rio manteve a prisão temporária de Clodoaldo Queiroz de Oliveira, de 41 anos, em audiência de custódia realizada na tarde desta quarta-feira (24). Ele é o principal suspeito de cometer feminicídio contra a companheira Karen Mancini, de 39 anos, em Lumiar, Nova Fribugurgo, na noite de sábado (20). Na audiência, Clodoaldo disse ao juiz de plantão, Bruno Rodrigues Pinto, que é dependente químico de álcool e cocaína. A defesa dele também pediu o relaxamento da prisão, mas não foi atendido. O caso segue em investigação na Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) de Nova Friburgo.
Em repúdio ao assassinato brutal da analista do Tribunal de Contas do Rio (TCE-RJ), a irmã da vítima, Caroline Mancini, informou que será realizado um protesto, na tarde de sábado (27), em Lumiar. Os manifestantes também vão pedir por políticas públicas que possam ajudar no combate ao crime de violência contra a mulher. Haverá também uma marcha até a praça de Lumiar, às 17h.
Analista tinha mais de 100 lesões pelo corpo
O laudo cadavérico de Karen concluiu que ela teve pelo menos 114 lesões por todo o corpo e foi torturada antes de morrer. O corpo da analista foi sepultado no fim da tarde de segunda-feira (22), no Cemitério da Cacuia, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio. Abalados com a tragédia, familiares, amigos e colegas de trabalho da vítima compareceram à cerimônia de despedida e se emocionaram ao falar sobre ela.
Caroline Mancini disse que ela sofreu muito antes de morrer. "No laudo constam cerca de 114 ou 124 lesões no corpo dela, menciona tortura também. Foi um crime brutal. Eu não consigo fechar meus olhos... Só consigo pensar em como ela sofreu para morrer", diz Caroline, que mora no Espírito Santo e veio ao Rio de Janeiro para colaborar com as investigações na Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) e se despedir da irmã, que vivia em Nova Friburgo.
Ainda segundo ela, Karen sofria há cinco anos com a violência doméstica e era constantemente aconselhada pela família a terminar o relacionamento com Clodoaldo. "Orientamos que ela acabasse o relacionamento, mas ela nos afastava porque achava que em alguns momentos ele era bom para ela. E assim vivia nessa relação conflituosa. Um dia ela apanhava, no outro ele dava comida na boca, fazia massagem nos pés... isso a confundia", explica Caroline. Em 2023 a vítima conseguiu uma medida protetiva contra o companheiro, mas logo reatou a relação.
Karen desenvolveu quadro depressivo após a perda dos pais e, segundo a irmã, esse fato contribuiu para que ela fosse manipulada por Clodoaldo: "Ele se aproveitava disso e conseguia sempre a manipular com esse falso amor".
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