Rio – Uma campanha lançada nesta sexta-feira (26) no Rio quer alertar cariocas e moradores da Região Metropolitana contra o vandalismo no transporte coletivo. A ação, que começou no Terminal Alvorada, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, orienta passageiros com panfletos educativos. Nos últimos 12 meses, mais de 2,8 mil ônibus foram vandalizados no município.
A campanha "Quem é cria não vacila", promovida pelo Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio (Rio Ônibus), também vai divulgar materiais nos painéis dos pontos, tvs internas dos veículos e mídias sociais.
"Cada ônibus vandalizado precisa de um reparo a ser feito e, dependendo do tipo de depredação, esse veículo pode ficar semanas sem poder rodar nas linhas. Um impacto direto na vida do usuário que está no ponto esperando pelo serviço", destaca o presidente do Rio Ônibus, João Gouveia.
De acordo com o sindicato, os coletivos depredados levam em média 180 dias para voltar a circular. Apenas em 2023, cerca de 6,5 milhões de cariocas foram diretamente afetados em seus deslocamentos por conta dos atos de vandalismo.
Além das depredações, o sindicato contabilizou 28 veículos incendiados e mais 145 sequestrados para serem utilizados como barricadas para impedir o acesso da polícia às comunidades, entre os meses de abril de 2023 e 2024.
Os dados atualizados sobre atos de vandalismo nos coletivos do Rio podem ser consultados online.
Ônibus Incendiado
No último dia 17 um ônibus foi sequestrado por bandidos e usado para dificultar a entrada da Polícia Militar na Cidade de Deus, na Zona Oeste. Na ocasião, a Polícia Militar realizava uma operação para reprimir roubos de veículos e coibir as tentativas de expansão do domínio territorial do Comando Vermelho (CV), facção que promove a maior parte dos conflitos armados na capital e no interior do estado do Rio.
Em nota, a Rio Ônibus reforçou que repudiava mais um episódio de violência e reforçou seu pedido ao Poder Público para que garanta segurança ao transporte público do Rio.
Segundo o Sindicato dos Rodoviários do Rio, a violência já afastou mais de 200 motoristas da profissão. Para o presidente da instituição, Sebastião José, os motoristas não suportam mais a insegurança que atinge a categoria diariamente. "Já não bastasse o elevado número de assaltos nos coletivos, eles convivem agora com os sequestros dos ônibus por marginais para serem usados como barricadas", disse.
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