Fóssil de Blatoidea, de nome popular BarataHanderson Oliveira

Rio - O Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e o Instituto Inclusartiz anunciaram oficialmente, nesta terça-feira (7), a doação de uma nova coleção de fósseis para reconstrução do acervo da instituição. A ativista cultural argentina Frances Reynolds, fundadora e presidente do instituto que participa da colaboração, foi chamada pelo diretor do museu, Alexander Kellner, e proporcionou a doação de 1104 fósseis originários da Bacia do Araripe, entre os estados do Ceará, Pernambuco e Piauí.
Desde 2022, a ativista tem um acordo de colaboração técnica entre o Inclusartiz e a Associação Amigos do Museu Nacional (SAMN). Patrona de instituições como MoMA, Masp, Tate Modern e Royal Academy of Arts, Fraces Reynolds atendeu ao chamado para se engajar na reconstrução do museu que representa a maior instituição de história natural e antropologia na América Latina.

Por meio de seus contatos no universo das artes e do colecionismo, Frances conseguiu a doação de mais de mil fósseis por parte do colecionador de origem suíço-alemã Burkhard Pohl.

Neto de Karl Stroeher (1890-1977), cuja coleção de arte formou a base do Museu de Arte Moderna de Frankfurt, e filho de Erika Pohl-Stroeher, que reuniu a maior e mais refinada coleção de minerais e gemas da Europa, Burkhard adquiriu, nas últimas décadas, uma ampla variedade de fósseis em feiras internacionais na Europa e nos Estados Unidos.

Pohl é responsável pela criação do Centro de Dinossauros de Wyoming, nos EUA, e do Museu Paleontológico Sino-Alemão, em Liaoning, na China. No início dos anos 1990, também fundou a empresa suíça Interprospekt Group, que hoje integra diversas iniciativas globais em escavações, exposições, educação e comércio relacionados à história natural.

“Através das ações de Frances Reynolds, a quem sou extremamente grato pela amizade e pelo apoio, essa parceria tem possibilitado à direção do museu realizar contatos internacionais para atuar na parte mais sensível da reconstrução: a obtenção de novo acervo”, celebra Alexander Kellner,

O diretor do Museu Nacional ainda exemplifica o que há na coleção doada por Pohl: “São tartarugas, crocodilomorfos, plantas, insetos, pterossauros e até dinossauros que vão enriquecer não apenas as novas exposições, mas, também, se tornar objetos de pesquisa para novos e futuros pesquisadores”

Todo o acervo cedido ao museu é originário da Bacia do Araripe, no Nordeste do Brasil, onde estão as formações Crato e Romualdo, duas unidades ricas em material paleontológico que datam, respectivamente, de 115 milhões e 110 milhões de anos.

O material já está no Rio e todo o processo de chegada foi registrado pelo Instituto Inclusartiz e a Isabella Produções, também liderada por Frances, num documentário sobre a reconstrução do acervo que está em produção.
Segundo o Museu Nacional, ela ainda está em processo de conseguir outros acervos fundamentais para a recomposição da instituição após o incêndio de grandes proporções que atingiu o museu em setembro de 2018.