Rio - Em meio ao caos no Rio Grande do Sul, diversos pontos no Rio de Janeiro seguem recebendo doações para as mais de duas milhões de pessoas afetadas pelas enchentes. Nesta segunda-feira (13), O DIA entrou em contato com organizações e estabelecimentos para entender as principais necessidades de donativos no momento.
De segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, a Ação da Cidadania segue recebendo os itens em sua sede na Rua da Gamboa, 246, em Santo Cristo, na Zona Portuária doRio. A instituição destaca a necessidade por doações de produtos de higiene e limpeza, alimentos não perecíveis, água, sucos em caixa não refrigerados, leite em pó, alimentos de consumo imediato (barrinhas de cereal, e afins) e rações para animais. A organização iniciou a distribuição de 400 toneladas de materiais das 1.000 previstas para chegar no Rio Grande do Sul nos próximos dias.
A Cruz Vermelha ressalta que não está mais recebendo roupas e sapatos, porque houve uma lotação máxima desses volumes e o primeiro transbordo ainda não foi realizado. A instituição também enfatiza a urgência por lenço umedecido, uma vez que o estoque do material está zerado na filial de recebimento no Rio Grande do Sul.
No momento, as principais demandas são:
- Material de limpeza (vassoura, escova, rodo, balde, pano de chão e de limpeza, desinfetante, detergente, água sanitária, sabão em pó e em barra, papel higiênico, esponja, álcool, cloro e demais itens)
- Material de higiene (pasta e escova de dente, escova de cabelo, desodorante, sabonete, absorvente, shampoo, condicionador, hidratante para pacientes acamados, barbeador e fralda geriátrica e infantil de todos os tamanhos)
- Alimentos não perecíveis com validade superior a três meses, farinha para mingau (Cremogema, farinha láctea, Neston, Mucilon, maisena e farinha de arroz) e erva mate para chimarrão. De proteína, sardinha em lata, atum em lata, salsicha em lata e apresuntados.
A Câmara dos Vereadores do Rio está priorizando água, alimentos não perecíveis e itens de higiene e limpeza. As doações são recebidas no Palácio Pedro Ernesto, na Cinelândia, Centro, das 9h às 19h.
A Rodoviária do Rio, na Avenida Francisco Bicalho, em Santo Cristo, recolheu, até o momento, 41 caixas com roupas, cobertores, água, sapatos, brinquedos e livros infantis. A concessionária destaca alimentos não perecíveis, agasalhos novos ou em ótimo estado, água e material de higiene pessoal. As entregas podem ser feitas a qualquer momento do dia.
Em sua página oficial, a Central Única das Favelas (Cufa) ressalta a necessidade por alimentos, água, produtos de higiene e limpeza, cobertores e colchões. A sede da organização fica na Rua Francisco Batista, embaixo do viaduto de Madureira, na Zona Norte, e atende de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h.
O Bosque Bar, na Avenida Bartolomeu Mitre, 1314, Gávea, Zona Sul, informou que recebeu cerca de 350 voluntários por dia durante o fim de semana, mas o número caiu para 40 na tarde desta segunda-feira. O estabelecimento enfatizou a necessidade por ajudantes e afirmou que o número de doações tem diminuído nos últimos dias. Quanto aos produtos, as principais demandas são por água, materiais de limpeza, alimentos práticos, como bolacha e enlatados, e não perecíveis. Não há prioridade por roupa, já que o ponto de coleta recebeu grande quantidade e tem tido uma baixa vazão na distribuição desses itens.
Na Zona Oeste, o Shopping Barra World e a Vitrinni Lounge Beer seguem recebendo doações sem prazo para o fim da ação. O primeiro prioriza água, produtos de higiene pessoal (menos desodorante), colchões, medicamentos, produtos de limpeza (vassoura, desinfetante, água sanitária). Já o segundo informou que tem recebido todos os tipos de doação.
Zona Portuária – Rodoviária do Rio: ao lado do balcão de informações do setor de embarque inferior; funciona 24h; – Sede da ONG Ação da Cidadania: Rua da Gamboa, 246 – Santo Cristo; 8h às 17h;
Zona Central - Câmara do Rio (Palácio Pedro Ernesto): Praça Floriano, s/nº - Cinelândia
Zona Norte – Base aérea da Força Aérea Brasileira (FAB) no Galeão: Estrada do Galeão, S/N; 8h às 18h; – Sede da Central Única das Favelas (CUFA): Rua Francisco Batista, 1 (embaixo do viaduto de Madureira); segunda a sexta, 9h às 19h; – Petz Maracanã: Rua José Higino, 115, Maracanã; 9h às 22h
Zona Sul – Bosque Bar: Avenida Bartolomeu Mitre, 1314 – Gávea; segunda a sexta, 9h às 18h; – Petz Botafogo: Rua General Polidoro, 113 – Botafogo; 9h às 22h;
Zona Oeste – Petz Barra da Tijuca: Avenida das Américas, 6571 – Barra da Tijuca; 9h às 22h; – Shopping Barra World: Avenida Alfredo Balthazar da Silveira, 580 – Recreio dos Bandeirantes; segundas e sábados, 16h às 18h;
Pontos de coleta da Cruz Vermelha
– Rio de Janeiro (capital): Avenida Henrique Valadares, 114 - Centro; – Niterói: Complexo Esportivo Caio Martins – Rua Presidente Backer, S/N - Icaraí (Entrada pela Rua Lopes Trovão); – Nova Iguaçu: Rua Athaíde Pimenta de Morais, 835; – São Gonçalo: Avenida Presidente Kennedy, S/N - Em frente ao número 901; – Barra Mansa: Avenida Francisco Vilela de Andrade Neto, 18 - Centro; – Barra Mansa: Rua Jonas Salk, 296 - Cotiara; – Cabo Frio: Rua Roberto Silveira, 595 - Parque Central;
Catástrofe no Rio Grande do Sul
O número de mortes confirmadas em decorrência do desastre no Rio Grande do Sul já chega a 147, enquanto 127 pessoas seguem desaparecidas e 806 ficaram feridas, de acordo com o Governo do Estado em balanço no início da tarde desta segunda-feira (13).
São 447 municípios afetados pelas chuvas, número quatro vezes maior do que na última catástrofe, em setembro de 2023. Ao todo, há 79.540 pessoas em abrigos, 538.241 desalojados e 10.814 animais resgatados. A estimativa é que 2,1 milhões de pessoas sofrem com as inundações.
Em boletim, o governo informou que monitora a situação das barragens no estado e apontou duas estruturas em nível de emergência, quando há risco de ruptura iminente e exigência de providência para salvar vidas. São elas PCH Salto Forqueta, em São José do Herval/Putinga, e Barragem Santa Lúcia, em Putinga.
Além disso, há cinco em estado de alerta e nove em estágio de atenção. O primeiro indica que as anomalias representam risco à segurança da barragem, exigindo providências para manutenção das condições de segurança, enquanto o segundo determina que as anomalias não comprometem a segurança da barragem no curto prazo, mas exigem monitoramento, controle ou reparo no decurso do tempo.
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