Lixo que não foi recolhido no dia 22 de abrilReprodução/Instagram
Frequentadores denunciam que empresa não coleta lixo de terreiro de candomblé em São Gonçalo
Prefeitura, no entanto, desmente possível caso de intolerância religiosa
Frequentadores de um terreiro de candomblé denunciaram um caso de intolerância religiosa, em São Gonçalo. O lixo do terreiro não estava sendo recolhido. O primeiro vídeo foi publicado nas redes sociais no dia 24 de abril e gravado dia 22 de abril. Nele, Gabriela Ramos mostra todos os lixos da rua vazios, exceto o do terreiro Ilè Ayrá Túndé.
"Isso vem acontecendo há anos. Eles se negam a pegar o nosso lixo, pegam o de todo mundo menos o nosso. E não tem nada de macumba. Nosso rito não permite que seja jogado no lixo. Nós devolvemos à natureza", afirmou.
No dia 6 de maio, Gabriela publicou um vídeo do lixo novamente cheio e denunciando que, daquela vez, haviam simulado que o lixo estava pegando fogo e por esse motivo não teriam recolhido. Nas imagens, ela entra no lixo e questiona: "Esse lixo parece estar pegando fogo para vocês?"
"Os próprios coletores atearam fogo em uma colmeia de ovos, jogaram dentro da nossa lixeira e em seguida uma pessoa da equipe e registrou e alegou não levar nosso lixo pois estava pegando fogo. (...) Não vamos parar até que sejamos justamente ressarcidos por tanta humilhação e mal", escreveu na legenda.
Questionada, a Prefeitura de São Gonçalo informou que a coleta de lixo é realizada regularmente, mas disse que irá acionar a empresa que presta o serviço para que apure a denúncia e verifique se houve algum problema no local mencionado. "A Prefeitura reitera seu respeito por todas as religiões, não compactuando com quaisquer atos de intolerância", completa a nota.
Em uma nova postagem, realizada nesta terça-feira (14), Gabriela disse que "a vitória será de fato alcançada, quando o nosso lixo levado seja novamente algo normal e não um peso, algo que nos deixa ansiosos e com medo."
"Não seremos calados, que o povo de Àse tem voz e resiste até mesmo quando precisa lutar pelo mínimo. Está sendo uma saga cansativa mas estamos lutando por nós e por todos os terreiros que passam por situações de intolerância religiosa. Estamos caminhado e agindo dentro da lei para nos resguardarmos e termos de fato, tudo resolvido", afirmou.
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