Cláudio será enterrado nesta sexta-feira (17)Divulgação/Liesa
Morre jornalista Cláudio Vieira, aos 70 anos, após luta contra câncer
Ele trabalhou por muitos anos no DIA e também para a Liga das Escolas de Samba (Liesa)
Rio - Morreu, nesta quinta-feira (16), o jornalista Cláudio Vieira, aos 70 anos. Ele trabalhou durante anos em O DIA, além de ter também atuado na Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa). Apaixonado por samba e Carnaval, Cláudio, que lutava contra um câncer, chegou até mesmo a ajudar com inspiração para samba. Ele será sepultado na manhã desta sexta-feira (17), no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, Zona Portuária do Rio. O velório acontece na capela G, a partir das 9h, e o sepultamento será às 11h.
O jornalista foi responsável pelo site da Liesa durante mais de duas décadas. Ele também chegou a atuar como assessor de imprensa da entidade. No início dos anos 2000 criou e editou a revista 'Ensaio Geral', produzida pela Liesa e distribuída gratuitamente ao público na Sapucaí.
Cláudio também escreveu sinopses de enredos para Portela e Imperatriz. Ambas as escolas fizeram homenagens nas redes sociais. A azul e branco descreveu: "Apaixonado pelo carnaval, Cláudio trabalhou durante anos no Jornal O Dia e marcou sua história profissional atuando a comunicação da Liesa, onde se dedicou ao cargo durante 25 anos. O presidente da Portela Fábio Pavão, o Vice-presidente, Junior Escafura, junto a Assessoria de Imprensa e toda a família portelense se solidarizam com os familiares e amigos nesse momento."
Já a Imperatriz relembrou que Cláudio foi responsável pela pesquisa e desenvolvimento da sinopse de três carnavais da agremiação nos anos de 2015, 2016 e 2017. "Com seu apoio profissional de enorme valor, levamos para a Marquês de Sapucaí os enredos "Axé Nkenda! Um Ritual de Liberdade", "É o Amor... Que mexe com minha cabeça e me deixa assim... - Do sonho de um caipira nascem os Filhos do Brasil" e "Xingu, o clamor que vem da floresta!" Todos os Leopoldinenses lhe agradecem por toda dedicação ao nosso pavilhão. A Diretoria da Rainha de Ramos deseja muita força aos familiares e amigos. Que seja feita uma passagem de muita luz", disse o comunicado.
Também através das redes sociais, a filha do jornalista, Roberta Queiroz, contou sobre como recebeu a notícia. "Enquanto eu estava trabalhando no evento em São Paulo, recebi a notícia dolorosa que depois de meses de internação e mais de 2 semanas em coma, meu pai faleceu. Nas últimas semanas muitos amigos dele e amigos meus perguntaram como ele estava, e eu não conseguia responder essas perguntas. Vim aqui avisar aqueles que se preocupam e pedir muita oração nesse momento, para que Deus o receba com muita luz e paz, depois de tanto tempo lutando contra o câncer", escreveu. Ela ainda apontou o pai como "um homem apaixonado, dedicado e talentoso." "Você nunca será esquecido, pai", finalizou.
O ex-presidente da Liesa, Jorge Perlingeiro, falou sobre a falta que Cláudio vai deixar. "A gente já sabia, porque ele estava doente desde fevereiro. Antes do Carnaval ele já estava internado e isso veio se arrastando. Ele trabalha comigo há muitos anos, é um grande escritor, grande homem do Carnaval. Uma perda lastimável pro samba, pra história. Muito sentido, um momento triste mesmo esperando que pudesse acontecer", disse ao DIA. Atualmente, Cláudio estava trabalhando com Perlingeiro em um podcast.
Por meio de nota, a Liesa lamentou a morte: "Durante mais de uma década Cláudio dedicou-se com excelência e comprometimento a comunicação da Liesa, contribuindo de maneira inestimável ao Carnaval carioca. Expressamos nossas mais sinceras condolências aos familiares e amigos. Descanse em paz!"
Inspiração para samba
De acordo com Leci Brandão, a composição da música 'Zé do Caroço', se deu a partir de um relato feito por Cláudio Vieira a ela. A ideia de fazer a canção veio após conhecer a história do líder comunitário homônimo que tinha forte atuação no Morro do Pau da Bandeira, em Vila Isabel.
Em entrevista ao canal WFA Music, em 2021, Leci disse que foi Cláudio quem disse a ela sobre a história do Zé do Caroço, que ligava o seu auto falante para realizar a ação de rádio comunitário, mas por ser na hora da novela, incomodava algumas pessoas. Achando o caso curioso, ela acabou escrevendo o samba. "Eu estava dirigindo e escrevi de Vila Isabel até a Tijuca. Ele é de 1978, mas foi gravado apenas em 1985", contou.
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