Parede da Escola de Educação Física da UFRJ desabou na noite do dia 1º de maio, na Ilha do Fundão Cleber Mendes/Agência O Dia

Rio - O reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Medronho, informou, nesta quinta-feira (16), que o Governo Federal liberou os recursos para contenção dos beirais que desabaram no último dia 1º de maio e em setembro do ano passado. No entanto, Medronho ressaltou que o prédio da Escola de Educação Física (EEFD) só será reaberto após a conclusão das obras de contenção de toda a estrutura. Para isso, a verba recebida deverá ser maior.
"A obra para a contenção está em torno de R$ 1,8 milhão e consiste em um aluguel que precisará ser reajustado e renovado todos os anos. Consertar todo o telhado custaria em torno de R$ 7,5 milhões. Queremos fazer o governo entender que é melhor um reparo definitivo, razão pela qual pedimos a suplementação do orçamento", disse. Ainda segundo o reitor, essa condição para a reabertura do prédio está sendo imposta para oferecer aos alunos condições seguras de realização das atividades deles, dos docentes e dos servidores.
Na noite do dia 1º, parte de um beiral cedeu e rompeu as paredes de um corredor de acesso para o ginásio e salas de aula da EEFD. Desde então, as aulas estão suspensas por tempo indeterminado. No dia 6 de setembro do ano passado, também na véspera do feriado, por volta das 15h30, ocorreu um desabamento da marquise de uma área do curso de Dança da EEFD, onde estavam localizadas quatro salas de aula. A UFRJ ainda aguarda uma vistoria da Defesa Civil para todo o prédio da unidade, mas as aulas estão suspensas por tempo indeterminado. O desabamento ocorreu no corredor da entrada, em frente a Coordenação de Extensão.
Escola de Educação Física se reúne para decidir local da dependência temporária
Durante uma reunião realizada na tarde de terça-feira (14), no auditório da Faculdade de Farmácia, professores, estudantes e a direção da Escola de Educação Física (EEFD) rejeitaram a possibilidade de utilizar qualquer dependência fora do campus da Cidade Universitária, entre as quais, as dependências do Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (CEFAN) para concluir o primeiro semestre de 2024. Três alternativas foram apresentadas e deverão ser debatidas em nova reunião a ser realizada nesta sexta-feira (17). Os estudantes são contrários à realização de aulas remotas.

Segundo a diretora da EEFD, Katya Gualter, engenheiros enviados pelo Ministério da Educação (MEC) estiveram na segunda-feira (13) inspecionando as instalações da unidade e verificando a real necessidade de reparos e para propor soluções. Laudos periciais de outras equipes, incluindo a do Escritório Técnico da Universidade (ETU), já haviam sido sugeridos pelo corpo docente da escola. "Algumas pessoas acompanharam os engenheiros que constataram o grave problema da escola de educação física e de dança e se comprometeram a relatar a situação em Brasília, para dar celeridade ao aporte financeiro que precisamos para realizar uma obra definitiva no telhado", afirmou a diretora.

Embora tenha articulado a alternativa de realização do semestre no Cefan, o reitor da UFRJ destacou que nenhuma decisão unilateral seria tomada, buscando destacar que tanto iria avaliar tanto no transporte quanto na alimentação, bem como no ajuste das atividades de graduação . 

Custo de R$ 796 milhões para recuperar prédios
De acordo com dados que ainda estão sendo levantados no sistema de gestão técnica do patrimônio imobiliário, o Reab (ETU/UFRJ), é preciso em torno de R$ 567 milhões para as edificações com graves anomalias para a recuperação dos prédios da universidade. Roberto Medronho, reitor da UFRJ, destacou que é necessário urgentemente de verbas para recuperar várias edificações da UFRJ. "O ETU fez um levantamento de, até o momento, 52% de nossas edificações. O custo para a recuperação estimado em 2023 era de R$ 796 milhões. Não podemos esperar mais", enfatizou o reitor.