Corpo de dona Naná foi velado no Colégio Estadual Clodomiro Vasconcelos, em ItaguaíDivulgação; Seeduc
Dona Naná cursava a 3ª série do Curso de Formação de Professores. Ela persistia no sonho de menina de se tornar professora. Filha de lavradores, Ignácia deixou os estudos para trabalhar, mas em 2019, após ficar viúva, decidiu dar continuidade aos estudos. No final deste ano, Naná iria realizar o seu grande desejo e se formaria no Curso Normal de Formação de Professores.
Ao longo da sua passagem pela escola, Naná fez amigos e era tida como exemplo de superação e de força de vontade. A diretora-adjunta Gislene Monteiro afirmou que, apesar de não ter se formado, Naná fez a parte dela como professora.
"Ela deixou a mais pura expressão de amor. Ela amou tudo que fez e teve na vida: a família, as colegas e teve muito amor pela educação. Ser professora era o seu maior sonho. A gente não conseguiu entregar o diploma, mas ela se formou, porque depois que passou por aqui, realizou palestras motivacionais e contribuiu para a educação", disse.
Colega de Dona Naná, Vitória Augusto, de 17 anos, afirmou que a estudante mais velha representava inspiração. "Ela nos ensinou a nunca desistir por mais difícil que seja. Nunca é tarde para correr atrás dos seus sonhos. E ela fez isso até a última batida do seu coração, já que vivia para isso", disse Vitória.
A secretária de Estado de Educação, Roberta Barreto, também se solidarizou com os familiares e amigos e destacou a importância de ter alunos como dona Naná.
"Nossa rede estadual de ensino perde um grande exemplo de mulher aguerrida, que mesmo com todas as dificuldades impostas pela vida, não desistiu e foi em busca da realização do magistério. Naná estava muito perto de tornar o seu sonho real, mas ela deixa um legado e vai continuar inspirando outras pessoas Brasil afora", afirmou a secretária.
O sepultamento de Naná aconteceu no Cemitério São Francisco Xavier, no Centro de Itaguaí.
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