Carro de Douglas da Costa ainda estava parado próxima à casa do vizinho nesta segunda-feira (27)Renan Areias/Agência O Dia

Rio - O homem conhecido como Mazinho, suspeito de matar o motorista de aplicativo Douglas da Costa, de 38 anos, com um tiro nas costas, foi preso, na tarde desta segunda-feira (27). O crime teria acontecido devido a uma uma briga por uma vaga em frente a uma garagem.
Ele se apresentou na sede da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, após policiais realizaram buscas por em casa de parentes. Mazinho tinha um mandado de prisão temporária pelo crime.
A morte ocorreu na noite deste domingo (26). A vítima foi baleada nas costas depois de uma discussão com o suspeito em Santíssimo, também na Zona Oeste do Rio. Segundo Jéssica Ismael Coutinho, mulher de Douglas, o companheiro e o vizinho já haviam discutido anteriormente porque o marido dela estacionou o carro em frente à garagem do suspeito, mas prometeu que isso não voltaria a acontecer.
No dia do crime, o automóvel de Douglas estava emprestado para um colega, que acabou estacionando em frente à garagem, por volta das 12h, por acreditar que a vítima já sairia para trabalhar. Pouco tempo depois, a mulher recebeu um telefonema pedindo para que tirassem o veículo do local. Jéssica relatou que, quando o amigo desceu para tirar o carro, encontrou o vizinho, identificado como Mazinho, esvaziando os pneus. O homem então chamou Douglas, que foi tirar satisfações.
Durante a briga, o vizinho teria dito que se o motorista de aplicativo "fosse homem", estacionaria no local outra vez. A mulher viu o momento em que o marido dava ré e o carro foi alvejado de raspão por um tiro. Assustado, o motorista saiu e se escondeu atrás do automóvel, mas foi baleado nas costas. O atirador ainda teria oferecido socorro à vítima.
"O Mazinho olhou para mim e falou assim: 'se você quiser, eu te ajudo a socorrer ele, botar ele dentro do carro'. Eu falei: 'eu não quero que você encoste no meu marido, só quero que você seja preso, seu assassino'", contou a mulher.
Douglas chegou a ser levado para o Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, mas não resistiu ao ferimento. Ele será enterrado nesta terça-feira (28) no Cemitério do Murundu, também em Realengo.
Estudante de enfermagem
Douglas já havia trabalhado como motorista de ambulância e a paixão pela área da saúde o fez iniciar o curso técnico de enfermagem. Ele era estagiário no Hospital Municipal Albert Schweitzer e havia feito a última prova no sábado (25).
"Ele estava tão feliz que tinha conseguido realizar o sonho dele", disse Jéssica. "[O Douglas] era a melhor pessoa do mundo, ele era uma pessoa brincalhona, ele era alegre, um ótimo pai, um ótimo marido", descreveu.
Além de Jéssica, Douglas deixa um filho de 1 ano e sete meses. "Eu quero justiça, que o Mazinho seja preso e fique [na prisão], porque o que eu mais vejo é a pessoa chegar na delegacia, só prestar um depoimento e sair. Eu quero justiça, quero que ele pague pelo que fez com meu marido, que aprenda a ser uma nova pessoa, porque ele não é um ser humano. Para mim, uma pessoa que faz isso não é um ser humano", disse Jéssica.
De acordo com a Polícia Civil, inicialmente o caso foi registrado na 35ª DP (Campo Grande) e depois transferido para DHC. As investigações estão em andamento para esclarecer todos os fatos.