As intervenções incluem troca de telhado, reboco, pintura e outros serviços nas casasMarcos de Paula/Divulgação Prefeitura do Rio
Mais 20 imóveis do projeto Casa Carioca são reformados no Jacarezinho
Requalificação de moradias em condições precárias já beneficiaram 900 imóveis na comunidade
Rio - Projeto Casa Carioca requalifica 20 imóveis, no Complexo do Jacarezinho, na Zona Norte, que foram reformados através do programa desenvolvido pela Secretaria de Ação Comunitária (Seac). As moradias entregues neste sábado (1º), completam 900 unidades já beneficiadas na comunidade.
A iniciativa, lançada em julho de 2022, visa oferecer obras de requalificação habitacional e possibilitar ambientes seguros e saudáveis para famílias em situação de vulnerabilidade social, minimizar as condições precárias, reduzir os riscos à saúde e à mobilidade, proporcionando mais qualidade de vida, saúde e dignidade aos moradores.
"O Casa Carioca é a possibilidade de entrar na casa das pessoas para dar mais dignidade e as condições para a pessoa morar bem", disse o prefeito Eduardo Paes.
No total, já são 5.748 imóveis e cerca de 23 mil pessoas beneficiadas pela iniciativa em comunidades com baixos Índices de Desenvolvimento Social. Além do Jacarezinho, o projeto também já realizou obras de requalificação em residências nos complexos da Penha, Alemão e Maré, além do Morro da Providência e da Vila Kennedy.
O enquadramento das famílias no Casa Carioca foi feito pelo programa Territórios Sociais, desenvolvido pelo Instituto Pereira Passos (IPP), em parceria com o ONU-Habitat, que é o programa das Nações Unidas para os assentamentos humanos. Por meio de busca ativa, as equipes identificaram as famílias com perfil para participar do projeto.
Para serem atendidas, é necessário ter renda mensal de até três salários mínimos, estarem cadastradas no CadÚnico, residirem há pelo menos três anos no município e possuírem um único imóvel fora de área de risco. São priorizadas famílias com mulheres chefes de família; com membros idosos; com pessoas com deficiência; com pessoas portadoras de doenças graves e com maior número de dependentes (igual ou maior que três moradores utilizando o mesmo cômodo).
"A palavra-chave é dignidade. É muito importante quando entramos numa casa, trocar todo um equipamento que está deteriorado. Isso resgata muito a dignidade das pessoas", afirmou a secretária de Ação Comunitária, Marlí Peçanha.
As intervenções para melhorar as condições de habitação incluem serviços como troca de telhado, reboco, pintura, instalação de piso, aumento de ventilação com abertura de janelas e basculantes, colocação de portas, substituição de vasos sanitários, pias e instalações hidráulicas e elétricas, além da adaptação do imóvel para pessoas idosas e com deficiência, com instalação de rampas de acesso e outras adequações nos cômodos.
“Agora está muito melhor em vista do que era. Eu não tinha condições de trazer as pessoas à minha casa porque eu tinha vergonha, minha filha também tinha vergonha. Hoje eu chamo as pessoas para verem a minha casa. Eu não tinha esse prazer. A pior coisa era entrar na minha casa e não ter condições. Hoje tenho conforto. Às vezes alguém pedia para usar o banheiro e eu mentia dizendo que estava em obra. Eu colocava uma cortina na janela para ninguém ver a cozinha, que era horrível”, declarou Daniele Correia da Silva, de 39 anos.
Marilene Luiza Alves, de 67 anos, destacou felicidade com a reforma da sua residência: “A minha casa está muito linda. Ela era muito feia, agora está maravilhosa. Antes eu tinha vergonha de convidar as pessoas para virem aqui, principalmente quem não mora na comunidade. Agora eu tenho dignidade”, disse a aposentada.
Além das reformas, o projeto já gerou mais de 700 empregos diretos nas comunidades. A mão de obra de profissionais como pedreiros, ladrilheiros, ajudantes e bombeiros hidráulicos é contratada nas próprias regiões.
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