Alan Salles, 22 anos, estava trabalhando no momento do acidente Rede Social

Rio - A família do motoboy Alan Rodrigues Salles, de 22 anos, morto após uma briga de trânsito com um taxista na noite desta sexta-feira (31), em Vila Isabel, Zona Norte do Rio, pede pela prisão do motorista. A Polícia Civil informou que ele foi identificado e será intimado para prestar esclarecimentos. A investigação está em andamento.
O técnico em logística Renan Rodrigues, de 37 anos, primo da vítima, conta que Alan nunca teve contato com o motorista antes. Segundo testemunhas, o taxista perseguiu o motoboy após uma discussão e imprensou a moto dele em um poste, na Rua Teodoro da Silva. Alan então caiu no chão e foi atropelado logo em seguida pelo suspeito. Relatos dão conta ainda de que ele fugiu sem prestar socorro.
"O que a família mais quer nesse momento é que a polícia faça seu trabalho, porque confiamos no trabalho da instituição. Apelamos para que os doutores Amin e Erly tomem ciência do crime e prendam o indivíduo o mais rápido possível", implora Renan.
Jovem e cheio de sonhos, Renan conta que o primo era um rapaz simples e querido por todos. Ele morava com os pais e dois irmãos em Vila Isabel, sua renda vinha do trabalho de motoboy, área em que atuava já há cinco anos.
"Posso afirmar que o Alan era um menino super trabalhador, adorava trabalhar quase todos os dias da semana em cima da sua moto, realizando suas entregas. Ele era um garoto adorável e lindo, sempre com um sorriso no rosto", lembra o primo. 
Ainda conforme o familiar, Alan tinha um sonho simples, mas que nunca poderá ser realizado: "Viajar com seu carro, um Chevrolet Astra Hatch, para Minas Gerais. Simples, mas de uma grandeza enorme para ele, porque adorava dirigir seu carro. No seu tempo livre ou folga, ele sempre estava mexendo no carro ou na moto, como também ajudando seu pai Edson com alguma coisa".
A moto, que de acordo com a família era o 'xodó' de Alan, foi periciada ainda nesta sexta e liberada para o recolhimento da família. 
A 20ª DP (Vila Isabel) investiga a morte. Segundo a Polícia Civil, a perícia foi feita no local, e os agentes realizam diligências em busca de testemunhas e imagens de câmeras de segurança instaladas na região. O veículo envolvido no fato foi apreendido e será periciado. O motorista foi identificado e será intimado para prestar esclarecimentos. A investigação está em andamento.
Protesto
Motociclistas realizaram uma manifestação na tarde deste sábado (1º) na Rua Barão de Mesquita, na Tijuca, na Zona Norte do Rio, após a morte do rapaz. O protesto aconteceu em frente a uma loja de autopeças, local onde o taxista trabalha e deixou o veículo após o episódio que culminou na morte de Alan. 
A manifestação se estendeu até a 20ªDP (Vila Isabel), para onde o táxi foi encaminhado após ser apreendido. No local, o veículo aparece com o retrovisor quebrado e arranhões próximo do farol.
O veículo aparece com o retrovisor quebrado e arranhões próximo do farol - Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
O veículo aparece com o retrovisor quebrado e arranhões próximo do farolReginaldo Pimenta / Agência O Dia
Alan era vascaíno e tinha a cruz de malta tatuada no braço. Em homenagem, o irmão, Lucas Salles, muito emocionado, esteve com a camisa do time no protesto, assim como outros amigos. O pai da vítima também esteve no local. Ainda abalados, eles não quiseram gravar entrevistas.