Rio - Familiares e amigos do entregador Alan Rodrigues Sales, de 22 anos, morto após ser atropelado por um taxista em briga de trânsito, fizeram uma nova manifestação pedindo justiça pelo jovem, nesta terça-feira (4), na Praça Barão de Drumond, em Vila Isabel. Com cartazes, camisas e faixas, o grupo cobra que o motorista Eduardo Henry Nogueira Gripp, envolvido no acidente, seja preso e responda pelo crime.
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"Nós queremos que esse homem pague pelo que fez. Nós acreditamos que foi de forma proposital. Ele esperou o momento certo para pegar o Alan de surpresa e imprensar ele no poste. Estamos todos destruídos e sofrendo pelo que ele fez", disse a avó do entregador, Lourdes Rodrigues, de 69 anos.
A idosa conta que o neto era uma pessoa do bem, querida por todos e trabalhadora. "Dava alegria para todos, corria atrás de tudo que queria. Era um menino muito bom mesmo. Nada justifica uma pessoa tirar a vida da outra", diz.
O amigo de profissão da vítima, Breno Carvalho, de 22, também pediu justiça pelo jovem. "Como todos conhecem, ele era um cara de coração puro. Um amigo. Independente do que os outros falavam, ele sempre levava numa boa. Acolhia a todos como irmão, como família. Nunca queria ver os amigos para baixo", lembrou o colega.
O ato promovido pelos familiares do jovem começou na Praça Sete, onde o grupo estendeu faixas e levantou cartazes, e terminou com uma caminhada até o local do acidente, na Rua Teodoro Silva, no ponto onde Alan morreu.
Alguns dos manifestantes usavam uma camisa em homenagem ao jovem que trazia os dizeres: "Só larguei as rodas, porque Deus me deu um par de asas".
Segundo relato dos familiares, o motorista perseguiu e atingiu com o carro o entregador após uma discussão no trânsito. O táxi atingiu a moto, fazendo com que Alan perdesse o controle e atingisse um poste. O jovem morreu na hora e o motorista fugiu do local sem prestar socorro.
Motorista será ouvido
O taxista investigado por provocar o acidente que matou um motoboy será ouvido pela Polícia Civil, nesta terça-feira (4). Eduardo Henry Nogueira Gripp é o homem que dirigia o veículo que derrubou a motocicleta que Alan pilotava no dia 31 de maio, em Vila Isabel, na Zona Norte.
De acordo com o delegado Leandro Gontijo, titular da 20ª DP (Vila Isabel), responsável pelas investigações, o depoimento de Eduardo acontecerá em um local externo e não na delegacia, por conta da repercussão e comoção que o caso gerou. Os investigadores pretendem descobrir se Alan quebrou o retrovisor do táxi durante a suposta discussão, uma vez que a peça estava danificada quando o veículo foi apreendido na oficina onde o taxista também trabalha, na Rua Barão de Mesquita, na Tijuca, bairro vizinho.
O delegado explicou ainda que, após analisar novas imagens de câmeras de segurança que registraram o acidente, foi possível identificar que o taxista encostou com o carro propositalmente na motocicleta, fazendo com que Alan se desequilibrasse e perdesse o controle da direção, atingindo um poste, na Rua Teodoro da Silva. Inicialmente, relatos apontaram que Eduardo também havia atropelado a vítima, mas a informação não foi confirmada.
Além do taxista, testemunhas devem ser ouvidas nos próximos dias. O corpo de Alan foi sepultado no último domingo (2), no Cemitério São Francisco de Paula, no Catumbi, na Região Central, e a despedida teve fogos, cartazes e pedidos de justiça. O funeral contou com a presença de motociclistas que chegaram ao cemitério com a motocicleta da vítima, que ficou estacionada em frente ao local. O jovem era motoboy há cinco anos e vivia com os pais e dois irmãos em Vila Isabel.
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