Jéssica uma fratura da extremidade distal do úmero esquerdoArquivo Pessoal

Baixada - Uma moradora de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, já espera há mais de dois meses para realizar uma cirurgia no braço esquerdo, após sofrer um acidente no dia 6 de abril. Jessica Tais Miranda, de 34 anos, conta que está impossibilitada de trabalhar e teme ficar com graves sequelas caso não passe pelo procedimento cirúrgico o quanto antes. Ela aguarda na fila de espera do Hospital Estadual Vereador Melchiades Calazans, em Nilópolis. 
A taróloga, que mora no bairro Pantanal, conta que no dia 6, caiu de mal jeito na piscina e na mesma hora sentiu que havia fraturado o braço esquerdo. Ela, então, procurou o Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes e, no local, foi informada que havia sofrido uma fratura da extremidade distal do úmero esquerdo, e o caso era cirúrgico.
Logo em seguida, o braço foi imobilizado e os médicos mandaram Jessica para casa, com um papel de 'Preparo Domiciliar', no qual ela precisaria aguardar ser transferida para outra unidade para realizar o procedimento cirúrgico.
"Me encaminharam para o Hospital Estadual Vereador Melchiades Calazans no dia 11 de maio, olha quanto tempo levou de abril até maio. Lá, o médico me disse que eu havia quebrado uma parte bem sensível, que era um caso cirúrgico, que o braço poderia até ficar torto. Me colocaram na fila para operar e estou até agora", conta a taróloga. 
Devido ao problema, Jessica tem convivido com dores constantes e não consegue fazer esforços. Ela precisou parar de trabalhar e teme perder o movimento do braço devido a demora para o procedimento médico. Até esta terça-feira (11), ela ainda não recebeu informações da data em que o procedimento será realizado. 
"Não consigo nem tomar um banho direito sozinha, coisas básicas da vida estão sendo complicadas para mim. Isso já está mexendo com meu psicológico, choro sempre. Tenho um filho de nove anos e ele precisa de mim. Passa pela minha cabeça: será que vou conseguir movimentar o braço? Com essa demora, será que ele vai ficar torto?", desabafa.
O que dizem os responsáveis?
A Prefeitura de Duque de Caxias, através da Secretaria Municipal de Saúde e direção do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN), disse que a paciente não realizou o procedimento cirúrgico no dia em que deu entrada no hospital, em função de apresentar fratura com classificação fechada de perfil eletivo, ou seja, sem critério para a realização de cirurgia de emergência. 
"Quanto a indicação de preparo domiciliar, a direção do HMAPN informa que o mesmo foi realizado seguindo o protocolo de regulação da paciente na plataforma SER - Sistema Estadual de Regulação, com objetivo de assegurar a realização da cirurgia eletiva da paciente, através de vaga em primeira unidade a ser indicada pelo Sistema de Regulação, com capacidade de atender a sua necessidade cirúrgica", diz a nota. 
A direção do HMAPN reforçou ainda que todos os pacientes são orientados a retornar à unidade, caso não sejam chamados no prazo de até 15 dias para as devidas tratativas e que "se coloca à disposição da paciente para o esclarecimento e acolhimento que se fizerem necessários".
A Fundação Saúde, gestora do Hospital Estadual de Traumatologia e Ortopedia Vereador Melchíades Calazans (HTO Baixada), disse que a paciente passará por uma consulta de reavaliação clínica e ortopédica na quinta-feira (13).
"Somente após a consulta será confirmado se o caso da paciente necessita ou não de cirurgia, já que, em uma primeira avaliação, ficou constatado que sua fratura não se enquadra entre os casos de média e alta complexidade. É importante ressaltar que a rede estadual de saúde, incluindo a unidade HTO Baixada, é responsável por tratamentos de maior complexidade, gravidade e emergências", afirmam.