Laura Tavares depositou as cinzas de Maria da Conceição Tavares no campus da UFRJReprodução / Redes sociais

Rio - As cinzas da economista e escritora Maria da Conceição Tavares foram colocadas ao lado de uma muda de Ipê Branco no campus da Praia Vermelha da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Zona Sul do Rio. A homenagem, que aconteceu nesta sexta-feira (14), contou com a presença de amigos e familiares da magistrada.
Laura Tavares, filha da economista, agradeceu a presença das pessoas próximas e se emocionou: "Conceição está em casa. Vai ser um Ipê que vai dar muita flor", desejou.
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) esteve presente na cerimônia e publicou uma homenagem nas redes sociais. "Hoje, as cinzas da amiga, economista e escritora, Maria da Conceição Tavares, foram semeadas, junto a uma linda muda de Ipê Branco, na porta da universidade onde ela dedicou a vida, ensinando e inspirando muitos que ali passaram com seu ideal de um Brasil mais justo, solidário, inclusivo e sustentável. Que venham muitas flores desse grande legado", escreveu.
Maria da Conceição Tavares, um dos maiores ícones do estudo da economia no Brasil, morreu no último sábado (8), em sua casa na Região Serrana, na cidade de Nova Friburgo.
A escritora nasceu em 24 de abril de 1930 em Anadia, Portugal, e se mudou para o Brasil em fevereiro de 1954. Maria havia se licenciado em Ciência Matemáticas, em 1953, ainda em Lisboa, mas como não conseguiu equivalência do diploma, passou a cursar Economia na Universidade do Brasil, em 1957. No mesmo ano, ela se naturalizou brasileira.
A economista participou da elaboração do Plano de Metas, de Juscelino Kubitschek, que presidiu o Brasil entre o fim dos anos 50 e início dos anos 60. Em 1980, a economista se filiou ao PMDB, onde permaneceu até 1989. Em 1994, se filiou ao PT, atuando como deputada federal entre 1995 e 1999.
Além da UFRJ, Maria da Conceição também lecionou na Universidade de Campinas (Unicamp). Enquanto dava aulas, escreveu vários livros e artigos. Entre eles, "Da substituição de importações ao capitalismo financeiro", de 1972 e "Ciclo e crise: o movimento recente da industrialização brasileira", de 1998.