Rio - Amigos e parentes se despediram nesta quarta-feira (19) de Marcelos Ressol, o Shell, morador do Morro do Engenho da Rainha, morto durante uma operação policial na segunda-feira (17). O velório aconteceu em uma capela próximo ao Cemitério de Inhaúma, onde o enterro foi realizado. Também se despediram de Shell, os cachorros da vítima, que foram levados à cerimônia. Marcelos tinha 59 anos, deixa um filho e a companheira Jane Pereira.
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O cantor e compositor Xande de Pilares usou suas redes sociais para deixar suas condolências pela morte do amigo. O artista afirmou que aprendeu música com Shell e sua família e criticou a violência na cidade do Rio. "Que Deus receba o Shell do Morro do Engenho da Rainha na Rua A, onde eu aprendi muita coisa de música com ele próprio, com sua família, com o Binho [Sá]. Não adianta mais reclamar de violência. É pedir proteção a Deus. A violência está cada vez pior. Um chefe de família foi morto dentro da sua própria casa. É uma guerra que não pertence à gente, mas, muitas das vezes, o inocente é quem paga o pato. Que Deus receba o Shell com muita luz e que proteja o Morro do Engenho da Rainha e todos nós", declarou o sambista.
De acordo com moradores da comunidade, o homem era dono de um bar e era conhecido pela alegria.
A Polícia Civil informou que a investigação está em andamento na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). A equipe da unidade policial está coletando mais informações sobre o caso e vai ouvir possíveis testemunhas para esclarecer a dinâmica da morte da vítima, visando ao esclarecimento de todos os fatos.
De acordo com a Polícia Militar, agentes do 3º BPM (Méier) realizavam uma operação em uma comunidade do bairro quando foram alvos de ataque a tiros em diversos pontos da região, o que gerou confrontos. Ainda segundo a PM, uma equipe localizou o homem ferido na Rua Afonso de Albuquerque. Um vídeo mostra dois policiais tentando colocar a vítima dentro de uma viatura. A corporação informou que Marcelos chegou a ser socorrido e levado ao Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, mas não resistiu. Contudo, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) destacou que ele já chegou em óbito na unidade.
O comando do 3º BPM instaurou um Inquérito Policial Militar para apurar as circunstâncias da ação. As câmeras operacionais portáteis que os agentes utilizavam em seus uniformes já foram recolhidas. O caso foi registrado na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
Após a morte, moradores realizaram um protesto na Avenida Martin Luther King Jr na noite de segunda-feira. Objetos em chamas foram utilizados para chamar atenção durante a manifestação.
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