Lancha explodiu e deixou 10 feridos em Cabo Frio na última segunda-feira (17)Redes sociais

Rio - O menino de 4 anos, que teve 100% do rosto queimado durante a explosão de uma lancha em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio, morreu no fim da tarde desta sexta-feira (21) depois de ficar quatro dias internado no Hospital Estadual Roberto Chabo (Herc), em Araruama. 
A criança ficou em estado grave durante toda sua internação. Ele chegou na unidade na segunda-feira (17), dia do incidente, e ficou em isolamento no Centro de Terapia Intensiva (CTI) pediátrico recebendo o suporte da equipe médica e da enfermagem.
Segundo a direção do hospital, o menino teve complicações nesta tarde com uma parada cardiorrespiratória. Os médicos tentaram reanimá-lo, mas sem sucesso. Os familiares da criança estão sendo acompanhados por assistentes sociais e psicólogos da unidade. 

A vítima é natural de Vitória, no Espírito Santo, e estava em Cabo Frio a passeio junto com sua família. O incidente ainda deixou nove pessoas feridas, incluindo um bebê, outra criança e uma mulher grávida. De acordo com Leandro Zerbone, de 26 anos, pai do menino que morreu nesta sexta-feira (21), a explosão aconteceu logo após o abastecimento do barco.
"O rapaz parou para abastecer a lancha. Nós íamos dar um passeio em Arraial do Cabo e no momento nós estávamos em Cabo Frio. Na hora que foi dar a partida, explodiu no momento. Eu e mais dois colegas caímos na água porque estávamos muito perto do fundo da lancha. O restante do pessoal ficou dentro porque não tinha para onde correr. O pessoal que estava no local para abastecer ajudou a gente. Foi um desespero total", contou.
Quem também está internado no Roberto Chabo é Aleksandro Leão Vieira, de 36 anos. A vítima passou por cirurgia e tem quadro estável.
Bebê e grávida internados
O bebê de 1 ano e 5 meses, que também sofreu queimaduras durante a explosão, segue internado em estado grave no Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), em São Gonçalo, na Região Metropolitana. O menino chegou em um helicóptero na unidade na última segunda-feira (17).
Ainda no hospital, com quadro estável estão Nayara Tauslane Andrade, de 22 anos, Caroline Pimentel, 28 anos, e uma menina, de 5.
Já no Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói, também na Região Metropolitana, está Letícia Sampaio, de 26 anos. Ela está grávida de três meses e fez aniversário na terça-feira (18). Seu quadro é considerado estável.
Logo após a explosão, as vítimas foram levadas para o Hospital Central de Emergência (HCE) e para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Parque Burle, ambos em Cabo Frio. Das 10 vítimas, três já receberam alta. As outras sete foram levadas para os hospitais estaduais. 
Investigação
A Marinha instaurou um Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN) para apurar causas, circunstâncias e possíveis responsabilidades sobre o incidente.
Segundo a corporação, militares da Delegacia da Capitania dos Portos em Cabo Frio (DelCFrio) enviaram uma lancha e uma moto aquática ao local para auxiliar as vítimas no dia da explosão. A Marinha ainda destacou que não foi constatada poluição hídrica ocasionada pela embarcação acidentada, identificada como "Eye Sea".
Quando o inquérito for finalizado, o mesmo será encaminhado ao Tribunal Marítimo, que fará a devida distribuição e autuação, o qual dará vista à Procuradoria Especial da Marinha, para que adote as medidas previstas.

A Marinha ainda ressaltou que incentiva e considera importante a participação da sociedade, que pode ser feita pelos telefones 185 (número para emergências marítimas e fluviais, além de pedidos de auxílio), (21) 2104-6119 e (21) 97515-7895 (diretamente com o Com1ºDN, para outros assuntos, inclusive denúncias).