Sindicância apura se menino do espectro autista foi dopadoReprodução/ Google Maps

Rio - A Secretaria Municipal de Educação do Rio afastou as professoras que estavam na sala de aula no dia em que um menino de dois anos diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA) teria sido dopado no Espaço de Desenvolvimento Infantil (EDI) Renée Biscaia Raposo, em Cosmos, Zona Oeste do Rio. A SME instaurou uma sindicância para apurar o caso. A Polícia Civil também investiga a suspeita como um crime previsto na Lei de Drogas.
Um exame laboratorial realizado pela mãe da vítima confirmou a presença da substância Zolpidem, que faz parte do grupo de hipnóticos e sedativos. O delegado Edézio Ramos, titular da 36ª DP (Santa Cruz), afirmou que aguarda o resultado de um exame pericial, mas que já está comprovada a presença da substância no sangue e no organismo do menino pelo exame laboratorial. Os agentes estão ouvindo testemunhas e requisitaram imagens de câmeras do local. A Polícia Civil informou que diligências continuam para esclarecer o caso.
Exame constatou Zolpidem no sangue do menino de 2 anos que teria sido dopado em creche de Cosmos - Reprodução
Exame constatou Zolpidem no sangue do menino de 2 anos que teria sido dopado em creche de CosmosReprodução
O Zolpidem é qualificado por uma normativa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como um elemento psicotrópico, ou seja, uma droga. Em maio, a Anvisa aprovou um aumento do controle para o medicamento, que costuma ser usado contra a insônia. Com a mudança, qualquer medicamento contendo a substância deverá ser prescrito por meio de Notificação de Receita B (azul).
A mãe da vítima, Lays Torre Almeida contou que deixou o filho na creche, localizada na Praça Alex de Paula Xavier, na Estrada do Gouveia, na manhã do último dia 14, onde ele entrou sozinho. Ao buscá-lo durante a tarde, o menino não conseguia se manter em pé. A mulher levou o filho no Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande, onde ele passou por uma lavagem estomacal. De acordo com a mãe, a única medicação que o menino usa por indicação médica, para ajudar o seu desenvolvimento por conta do TEA, é o Canabidiol, que é ministrado apenas em casa.
Lays afirmou que possui prints de conversas de professores da unidade dizendo que o filho atrapalhava a rotina de outras crianças e que não dormia com os colegas no horário destinado pela equipe responsável.
A SME afirmou que desde quando tomou conhecimento sobre o assunto, a família foi procurada e teve o pedido de transferência do aluno para outra escola atendido.