A Rua Aquidabã é uma das atingidas pela falta de águaGoogle Street View

Rio - Moradores do Méier, na Zona Norte do Rio, estão sem água há cerca de uma semana e sem respostas sobre o problema, que atinge as ruas Aquidabã e Maranhão. O transtorno persiste no início da tarde desta segunda-feira (1).

Nas redes sociais, publicações mostram que o abastecimento foi interrompido no dia 24 de junho, sem aviso prévio. Por conta disso, moradores precisam ir para a casa de parentes e amigos para fazer coisas básicas, como tomar um banho.

Além disso, alguns optaram por comprar caminhão-pipa para conseguir se manter em suas residências. Esse foi o jeito escolhido pelo taxista Sérgio Afonso, de 65 anos, que gastou R$ 450, dividido com o vizinho, para abastecer sua residência. O idoso contou ao DIA que a retomada do abastecimento está sendo um mistério.
"Moro na Rua Aquidabã, perto da Maternidade Carmela Dutra. Desde o dia 24, que a manutenção divulgada pela Águas do Rio em vários lugares da cidade terminou, a água não voltou. Virou um mistério onde está essa água. Não apareceu vazamento na rua. Quando aparece, a equipe vai lá e descobre. Quando não aparece, os caras ficam na rua procurando e não sabem. Virou uma novela. Eu moro em um condomínio com 150 unidades de casa. A gente não sabe mais o que fazer. Dentro do meu condomínio tem idoso que é aposentado e não tem condições. Está dramática a situação e tudo complicado. É difícil", destacou.
O analista de sistema William Duarte, de 38 anos, explicou que a Águas do Rio dá um prazo de 72h para o problema ser resolvido, mas o tempo termina sem solução e um novo prazo, com o mesmo período de três dias, é prometido. Enquanto isso, ele e outros moradores do mesmo prédio contrataram um caminhão pipa para abastecer a cisterna do edifício.
"Isso já faz um pouco mais de uma semana. Eu moro em prédio onde temos uma cisterna e a água demorou um pouco para acabar, mas na rua onde moro as pessoas moram em casa, então 90% não tem cisterna, só a caixa d’água. Está um caos total. Tem gente aqui que já está há três a quatro dias sem nada. Às vezes o caminhão pipa não serve para quem não tem cisterna. É complicado. Está realmente uma confusão danada. O serviço que a Águas do Rio oferece até dá o direito de pedir um caminhão pipa com eles a preço de custo, mas isso é de dois a cinco dias úteis. Você está com falta d’água, eles te dão uma solução alternativa para não ficar sem água, mas também não adianta. Você tem que ir para uma empresa privada e não sabe a procedência da água. Tem toda essa dinâmica. Quem mora em casa aqui na rua e não tem cisterna, esse coitado está mil vezes pior. Nosso medo é terminar esse prazo que deram e nada resolver", contou.
Moradores da região também se manifestaram sobre o assunto nas redes sociais. Em uma das publicações, um homem reclama do valor alto do produto.
"Sem água e sem solução. A Águas do Rio nos abandonou. Estamos comprando caminhão-pipa por R$ 400 para nosso uso", reclamou.

“Isso é um absurdo! E até agora nenhuma previsão concreta de retorno. Quando isso será resolvido?”, questionou uma mulher.

Segundo moradores, as informações dadas pela empresa estão desencontradas, visto que recebem uma resposta diferente a cada ligação feita para a Águas do Rio, responsável pela distribuição.

Desde o dia 24, moradores das ruas Aquidabã e Maranhão acumulam louças e roupas sujas, não conseguem higienizar a casa e nem utilizar o banheiro se não optarem por fazer a compra de água.

Procurada, a Águas do Rio informou que está realizando, nesta segunda, a substituição de um registro na principal rede de água que abastece a localidade. A previsão é que o reparo seja concluído até o fim da noite de hoje.

"Até a normalização do abastecimento, equipes operacionais vão continuar atuando em busca de vazamentos ocultos e obstruções que estejam afetando o abastecimento de água em trechos do bairro. Vale ressaltar que na semana passada a concessionária também atuou no reparo de dois vazamentos que estavam impactando o fornecimento de água na região", diz parte da nota.