Ação pretende cumprir sete mandados de prisão contra membros da quadrilhaReprodução
Polícia e MP realizam ação contra quadrilha de roubo de caminhões de carga em Magé
Automóveis eram levados para outros estados e tinham peças vendidas. Bandidos causaram prejuízo de R$ 15 milhões
Rio - Uma ação da Polícia Civil e do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio (Gaeco/MPRJ) cumpre, nesta quarta-feira (3), sete mandados de prisão contra uma quadrilha de roubo de caminhões de carga, em vias de Magé, na Baixada Fluminense. Os agentes buscam pelos criminosos em endereços de Duque de Caxias e Guapimirim, na mesma região, e em Anchieta, na Zona Norte do Rio. Até o momento, quatro pessoas foram presas.
A Operação Quantrill é realizada pela 63ª DP (Japeri), com apoio do Departamento Geral de Polícia da Baixada (DGPB) e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) do MPRJ. As investigações tiveram início no primeiro semestre do ano passado e descobriram que a quadrilha, liderada por dois irmãos, roubou cerca de 28 veículos, entre janeiro e dezembro de 2023, na BR-493, na Rodovia Raphael de Almeida Magalhães e na Rua Luís Alberto Villas Boas Nascimento, todas em Magé.
Os agentes conseguiram determinar o modo como o grupo criminoso agia, depois de um roubo em que dois homens abordaram um motorista de caminhão e o mantiveram refém, enquanto outro retirava o rastreador do veículo, para impedir que a polícia e os donos fossem acionados. A partir da análise da dinâmica do crime e dos automóveis envolvidos, foi possível identificar outros caminhões roubados em ações com carecterísticas semelhantes.
Ainda de acordo com as investigações, os integrantes da organização criminosa se revezavam nas abordagens, possivelmente para dificultar o reconhecimento e vinculação entre os crimes. Os caminhões mais visados pelos bandidos eram os equipados com Munck - estrutura de grande porte para içamento e transporte de cargas -, que tem grande valor de mercado. O prejuízo causado pela quadrilha é estimado em R$ 15 milhões.
Depois dos roubos, os bandidos escondiam os caminhões em um sítio de Mauá, onde desativavam sistemas de buscas e, em seguida, os adulteravam, impedindo o monitoramento. Os veículos eram levados para outros estados, como Minas Gerais e Espírito Santo, e alguns deles chegaram a ter partes removidas, que também eram vendidas. As investigações identificaram dois irmãos como líderes intelectuais da quadrilha. Eles planejavam as ações, acompanhavam os crimes e faziam os pagamentos aos demais integrantes.
Segundo o MPRJ, um dos líderes era dono de uma borracharia em Duque de Caxias e dos carros usados nas abordagens, que eram constantemente trocados para dificultar a identificação. Os mandados de prisão foram expedidos pelo Juízo da Vara Criminal de Magé. A operação recebeu o nome de Quantrill em referência à gangue dos irmãos Jesse e Frank James, que ficaram famosos nos anos de 1866, por realizarem grandes roubos a trens, carruagens e bancos, aparecendo nas páginas dos jornais da época.
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