Rio - A Polícia Civil prendeu, nesta sexta-feira (5), uma mulher suspeita de integrar uma quadrilha formada por estelionatários, que se passam por falsos agentes da Receita Federal para aplicar golpes em idosos. Ela foi encontrada em Deodoro, na Zona Oeste, após fazer um registro de ocorrência dizendo que havia sido vítima de outro golpe.
fotogaleria
Na semana passada, Thaysa Christy Costa procurou a 30ª DP (Marechal Hermes) para registrar uma queixa dizendo que foi vítima de um golpe. A mulher informou aos agentes que comprou uma bicicleta elétrica por uma rede social, mas não recebeu o produto.
Acontece que ela era investigada pela 14ª DP (Leblon) por participar de uma quadrilha que aplica golpes em idosos. Os integrantes se passam por falsos agentes da Receita Federal para roubar dinheiro das vítimas. De acordo com as investigações, a mulher foi reconhecida por pessoas em, aproximadamente, seis inquéritos da delegacia.
Segundo a Polícia Civil, Thaysa usava outro nome para abordar as vítimas. Ela ia na residência dos idosos para concluir o estelionato.
A 14ª DP apurou que a quadrilha comete o crime com o apoio da facção Terceiro Comando Puro (TCP), que domina as comunidades da Vila Aliança e a região de Senador Camará, na Zona Oeste, e o Muquiço, em Guadalupe, na Zona Norte.
Os agentes investigam ainda se há a participação dos líderes dessas comunidades ou se o grupo recebe só o apoio logístico e estrutural da facção.
Thaysa foi presa quando se dirigia para a comunidade do Muquiço, onde mora. Contudo, agentes da 14ª DP e da 30ª DP a abordaram na Rua Xavier Curado, em Deodoro. Ela foi autuada em flagrante pelos crimes de organização criminosa, estelionato e furto mediante fraude.
Alvos moram na Zona Sul
De acordo com a Polícia Civil, os golpes aplicados pela quadrilha são realizados exclusivamente na Zona Sul do Rio, preferencialmente, nos bairros de Copacabana, Ipanema, Arpoador, Leblon e Jardim Botânico, onde moram vítimas em potencial. A organização criminosa escolhe pessoas idosas acima de 80 anos, achando que elas são mais vulneráveis a este tipo de golpe.
Dados revelam que o grupo atua na região há mais de sete anos. Desde o início das investigações, diversos integrantes foram presos. Segundo a investigação, a estrutura da quadrilha é bem sofisticada e dividida em equipes. Thaysa, por exemplo, pertenceria a equipe 7, que conta com mais de quatro membros, e são os responsáveis por comparecerem aos endereços das vítimas. Além desta divisão, a organização conta com gerentes que administram estas equipes de terra.
A Polícia Civil ainda apurou que os criminosos possuem uma conta com uma vasta rede de beneficiários que disponibilizam suas contas bancárias e chaves Pix para receberem o dinheiro roubado das vítimas. Além disso, os autores também sacam dinheiro nos caixas eletrônicos e repassam para outros integrantes da quadrilha em local previamente combinado.
As investigações seguem em andamento para identificar outros envolvidos.
A reportagem ainda não localizou a defesa de Thaysa. O espaço está aberto para manifestação.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.