Rio - Copacabana, conhecida como "Princesinha do Mar", completou 132 anos neste sábado (6). Em comemoração, uma festa foi realizada neste domingo (7) na Avenida Atlântica com aulas de dança, banda da Guarda Municipal, cortes de cabelo e vacinação contra a gripe. De acordo com o presidente da Associação de Moradores, Tony Teixeira, o evento foi um sucesso.
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Teixeira diz que os moradores de Copacabana abraçaram a comemoração. "A festa foi muito animada, com muita gente. As pessoas realmente vieram participar, está sendo muito bacana, muito bonito. É a união de todos sempre que Copacabana faz algum evento, quanto mais o seu aniversário", diz.
"Não existe lugar melhor no mundo"
Cleusa Mucke, aposentada de 83 anos, diz que "não existe lugar melhor no mundo". A gaúcha, que já morou em outros países e atualmente reside em Copacabana, fala com carinho e animação sobre suas atividades diárias. "Faço hidroginástica, caminho pela Avenida Atlântica e participo de ginástica na praça para a terceira idade", afirma.
Ao ser questionada sobre o que mais gosta no bairro, Cleusa não demora para responder: "Copacabana proporciona, principalmente para nós, idosos, muitas oportunidades. Temos muitos clubes bons aqui, a Avenida Atlântica, que é um passeio maravilhoso, muitos barzinhos com música para cantar, dançar, brincar, e faz muito bem para a gente, mesmo para os mais jovens. Tem tudo que você pode imaginar aqui! Eu dou a volta no quarteirão e encontro tudo".
Cleusa também recorda com alegria os momentos em que passou o carnaval no bairro com suas amigas. "Nós nos vestimos como as Paquitas da Xuxa, éramos um grupo de umas 10 pessoas. Chegou um tempo em que eu não aguentava mais tirar fotografias. Nos reunimos no Corujinha, um bar de Copacabana, e de lá fomos para o desfile de carnaval", conta.
Apesar de destacar as maravilhas de morar em Copacabana, a aposentada também aponta os problemas do bairro. "A população de rua está muito grande e abandonada, e os moradores se sentem inseguros. Nós temos nosso grupo de ginástica para sair, tomar um chopinho, mas voltamos cedo para casa porque ficamos com medo. Está muito desprotegido. Há muitos policiais, mas eles não podem estar em todos os lugares", afirma.
As calçadas esburacadas também são um problema conhecido para Cleusa. "Não passa uma semana sem que um idoso ou um jovem caia. Tenho colegas que já caíram e quebraram o dente."
'Todos gostam de Copacabana, mas há essa sensação de abandono'
O trio de amigos Agnaldo Perpétuo, de 67 anos, Jonathan Mariano, de 32 anos, e Leonardo Landi, de 32 anos, apontam a falta de segurança como um dos principais problemas de Copacabana.
O advogado Leonardo, residente no bairro desde os quatro anos, diz que nos últimos anos a população de rua aumentou, e a insegurança tem impactado o dia a dia do bairro. No entanto, ele afirma que desde o fim do ano, com a repercussão dos arrastões e com alguns eventos, o policiamento tem melhorado.
Mas, para ele, isso não exclui as coisas boas do bairro, como os eventos, a agenda cultural e a movimentação local. Leonardo também elogia o posto 6, onde costuma ir à praia. "É bem organizado, está sempre com policiamento, as barracas são bem organizadas. É um local bom de frequentar a praia."
Morador do bairro há mais de 30 anos, Agnaldo Perpétuo trabalha em uma famosa lanchonete local chamada "Catarina" e afirma que Copacabana tem de tudo: "Copacabana é uma cidade, tem tudo, não precisa sair para nada. Tudo o que você quer, encontra em Copacabana", diz ele. Agnaldo também destaca a alegria característica do carioca como um ponto positivo do bairro: "Copacabana é vida, é alegria".
Jonathan Mariano, apesar de não morar no bairro e residir em Botafogo, frequenta regularmente Copacabana para confraternizar com seus amigos. Ele observa que há uma percepção comum entre os moradores de que o lugar está abandonado. 'Todos gostam de Copacabana, mas há essa sensação de abandono', destaca.
Jonathan aponta que, além do aumento da população de rua, há um sério problema com o lixo no bairro. "Há um nó que não se resolve entre a vigilância e a Comlurb sobre a questão dos horários. Por conta disso, os empresários ficam reféns do lixo", aponta. Ele também menciona que uma das coisas que mais gosta no bairro é quando a orla é fechada aos domingos.
História do bairro
Até o final do século XIX, Copacabana era um local de difícil acesso e apenas alguns pescadores viviam na região. Na época, além da Igreja de Nossa Senhora de Copacabana, o bairro contava com o Forte Reduto do Leme.
Foi em 1892, após a inauguração do túnel no Morro de Vila Rica, conhecido como Túnel Velho, que o acesso entre Copacabana e Botafogo foi facilitado e aconteceu sua integração com o restante da cidade. A ampliação das linhas de bonde também ajudou a movimentar o bairro, que atualmente é rico em comércio popular, lojas de rua, prédios e palco do Réveillon mais famoso do mundo.
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