Segundo o CML, Erick Aguiar voltava para casa quando foi atingidoRede Social
Soldado do Exército está entre os mortos durante tiroteio no Complexo da Pedreira
A região viveu momentos de terror devido a guerra entre facções por disputa de território
Rio - O soldado do Exército Erick Aguiar de Souza está entre os mortos durante uma intensa troca de tiros no Complexo da Pedreira, em Costa Barros, na noite de sábado (7). Segundo o Comando Militar do Leste (CML), o jovem estava voltando para casa quando foi baleado. A região viveu momentos de terror devido a guerra entre facções por disputa de território.
Devido aos confrontos, a Polícia Militar chegou a realizar uma operação emergencial na comunidade, onde um agente foi baleado na cabeça e morreu. Inicialmente, a corporação informou que outros três suspeitos foram baleados. Com eles, foram apreendidos três fuzis, três carregadores e um colete tático.
Segundo familiares de Erick, ele é inocente e morador da região. Nas redes sociais, a irmã da vítima comentou que os pais entraram em desespero com a notícia. "A mãe e o pai estão desesperados! A gente não entende a dor até sentir, como eu queria arrancar essa dor do meu peito, imagina a dos meus pais", lamentou.
No X, antigo Twitter, amigos revelaram que o jovem estava prestes a terminar o Curso de Formação de Cabos (CFC). "Ele era do meu quartel, moleque inocente e morador. Faltava um mês para ele terminar o curso, infelizmente faleceu", disse um colega.
De acordo com o CML, o soldado era militar do 1° Depósito de Suprimento. "As investigações do caso estão a cargo dos órgãos de segurança pública. Neste momento de consternação, o CML está prestando todo o apoio à família e solidariza-se com os familiares e amigos", disse em nota.
Até o momento, não há informações do enterro.
Guerra levou pânico a moradores
A disputa entre os criminosos levou pânico aos moradores durante toda a madrugada. Em vídeos que circulam nas redes sociais, corpos foram jogados pelo chão nas ruas da comunidade.
Em outras imagens um homem, que aparece usando roupa camuflada, e seria conhecido como Frango, aparece sendo carregado e atirado em uma fogueira. Segundo relatos, ele era integrante da facção que tentava invadir e tomar o controle do Complexo da Pedreira.
De acordo com a PM, agentes do 41º BPM (Irajá), do Comando de Operações Especiais (COE) e do 2º Comando de Policiamento de Área (CPA) iniciaram uma operação emergencial ainda na noite de sábado (6), para coibir as tentativas de expansão territorial de criminosos. No início da manhã deste domingo (7), equipes seguiam para intensificar o policiamento no entorno do Complexo da Pedreira, quando foram atacados a tiros na Estrada João Paulo, em Barros Filho.
No local, houve confronto e, na troca de tiros, o sargento Mauro Batista dos Santos, de 43 anos, foi atingido na cabeça. O PM chegou a ser socorrido para o Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, também na Zona Norte, mas não resistiu aos ferimentos. A vítima era lotada no 41º BPM, estava na corporação desde 2002 e deixa mulher e uma filha.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), dois homens feridos, não identificados, deram entrada no Hospital Municipal Francisco da Silva Telles, em Irajá, Zona Norte, já sem vida e os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML). Enquanto um terceiro baleado foi socorrido na unidade e depois transferido para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, também na Zona Norte. A PM trata o trio como suspeito, mas ainda não há confirmação se Erick estaria entre esses feridos.
Há meses, o Complexo da Pedreira, entre Costa Barros e Pavuna, sofre com a guerra entre criminosos rivais pelo controle do território. A comunidade, dominada por bandidos do Terceiro Comando Puro (TCP), tem sido alvo de constantes invasões e confrontos por traficantes do Complexo do Chapadão, entre Costa Barros e Guadalupe, liderados pelo Comando Vermelho (CV). Os ataques da facção se repetem em diversas comunidades da cidade, como Morro dos Macacos, Morro do Fubá e Praça Seca, onde o CV tenta expulsar integrantes do TCP e milicianos, para expandir as áreas de atuação.
Procurada, a Polícia Civil ainda não comentou as investigações do caso.
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