Moradora do Quitungo acusa tráfico da Cidade Alta de enviar drone com explosivo para regiãoReprodução / Redes Sociais

Rio - A Polícia Civil investiga a informação de que traficantes estariam usando drones para atacar facções rivais durante a guerra que assola comunidades da Zona Norte do Rio. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram que os aparelhos teriam sido utilizados para jogar artefatos explosivos na região do Complexo de Israel e proximidades.
A investigação é realizada pela Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme). De acordo com o delegado Vinicius Miranda de Moraes, as imagens estão sendo analisadas para identificar os responsáveis e entender se de fato procedem.
Segundo relatos, traficantes da Cidade Alta, localizada em Cordovil, na Zona Norte, região dominada pelo Terceiro Comando Puro (TCP), teriam usado um drone para jogar uma granada em criminosos do Comando Vermelho (CV) na comunidade do Quitungo, em Brás de Pina, na última terça-feira (2). Suspeitos teriam ficado feridos.
Uma moradora do Quitungo divulgou nas redes sociais uma gravação mostrando um drone, que teria caído na sua casa com um explosivo. Ela acusou o tráfico da Cidade Alta pelo crime.
Também há relatos de ataques do Comando Vermelho ao Terceiro Comando Puro. Drones estariam sendo usados para monitorar criminosos da Cidade Alta. 
A Polícia Civil informou que, até o momento, não foi identificado nenhum dado nos canais de inteligência que validasse as ações dos criminosos. Inclusive, não há relato de feridos em hospitais. A investigação segue em andamento para esclarecer os fatos.
Confrontos por disputas territoriais
A região de Cordovil e Brás de Pina, na Zona Norte, tem sofrido com confrontos frequentes, por conta da disputa territorial entre criminosos do Complexo de Israel, dominado pelo Terceiro Comando Puro (TCP), e traficantes do Quitungo, liderados pelo Comando Vermelho (CV). 
No sábado passado (6), moradores da comunidade Cinco Bocas sofreram com mais um dia de trocas de tiros. Apesar do confronto, não houve acionamento da Polícia Militar. 
Além disso, igrejas católicas dos bairros Brás de Pina e Parada de Lucas teriam sido proibidas de realizar missas e atividades por ordem do chefe do tráfico do Complexo de Israel, Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão. Segundo denúncia de moradores, bandidos armados foram presencialmente às paróquias para obrigar o fechamento.
Na ocasião, apesar dos relatos de moradores e da confirmação da interrupção dos serviços, o Governo do Estado negou a informação e garantiu a segurança da população.
"O blindado da Polícia Militar está baseado na localidade para evitar a retomada da instabilidade na região, garantindo o funcionamento das paróquias e a segurança dos moradores", informa um trecho da nota.
Nesta segunda-feira (8), policiais militares realizaram uma operação em comunidades do Complexo de Israel para reprimir o crime organizado e a disputa territorial, retirar barricadas e combater os roubos de veículos e cargas. Não houve registro de prisões nem apreensões.