Jean Andrade recebeu alta do Hospital Alberto TorresDivulgação
Após 21 dias internados, mãe e filho vítimas de explosão de lancha recebem alta hospitalar
Nayara Tauslane Andrade, de 22 anos, e Jean Andrade, de 1 ano, tiveram um quadro clínico considerado grave durante 16 dias no CTI do Hospital Alberto Torres
Rio - Nayara Tauslane Andrade, de 22 anos, e seu filho Jean Andrade, de 1 ano, receberam alta do Hospital Alberto Torres (Heat), em São Gonçalo, na tarde desta segunda-feira (8). Os dois estavam internados desde o último dia 17, quando ficaram feridos durante a explosão de uma lancha em Cabo Frio, na Região do Lagos.
"Foram dias difíceis, de incertezas, mas de muitas orações e luta. Estamos indo para casa e o momento é de agradecer a Deus e toda equipe deste hospital que cuidou da gente", contou a mãe.
A família, que mora no Espírito Santo, passou 16 dias em estado grave no Centro de Tratamento Intensivo (CTI). Entubado, Jean chegou à unidade na aeronave do Corpo de Bombeiros, enquanto Nayara e outras três vítimas seguiram de ambulâncias. Os dois ficaram separados no hospital durante uma semana e o reencontro emocionante foi registrado por funcionários.
"É gratificante ver a recuperação de mãe e filho. Este momento enche o nosso coração de alegria", garantiu a enfermeira Cintia Lessa, da Comissão de Curativos do Heat.
O acidente deixou oito feridos e causou a morte de Aleksandro Leão Vieira, de 36 anos, e de uma criança de 4 anos. A grávida Letícia Sampaio, de 26 anos, mãe do menino que não sobreviveu, recebeu alta hospitalar na sexta-feira (5). Caroline Pimentel, de 28 anos, mulher de Aleksandro, deixou o hospital no dia 3 de junho. A filha do casal, de 5 anos, continua internada.
Ainda no hospital, Nayara contou como foi o momento da explosão. "A gente tinha que abastecer, aí o marinheiro parou. Ele falou 'vou levantar a tampa aqui para não explodir'. Ele levantou por cinco segundos e, quando deu partida, a lancha explodiu. Eu fui a primeira a sair com a minha criança. Foi um desespero, estava com muita dor. Dez minutos depois, a primeira ambulância chegou", diz. Ela mencionou ainda a atitude de Aleksandro, responsável por remover outras crianças e feridos da lancha.
A Marinha instaurou um Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN) para apurar causas, circunstâncias e possíveis responsabilidades sobre o incidente. Segundo a corporação, militares da Delegacia da Capitania dos Portos em Cabo Frio (DelCFrio) enviaram uma lancha e uma moto aquática ao local para auxiliar as vítimas no dia da explosão. A Marinha ainda destacou que não foi constatada poluição hídrica ocasionada pela embarcação acidentada, identificada como "Eye Sea".
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