Corpo da jovem Camille Vitória Monteiro foi encontrado em área de mata, na BR-116, na Rodovia Rio-MagéReprodução
Caso Camille Vitória: mãe aponta contradição de ex-PM, que falou em emboscada
Janaína Monteiro rebateu a versão de que a filha teria sido assassinada por um desafeto de Ednalvaro Maia Rocha
Rio - A mãe de Camille Vitória, jovem encontrada morta em uma mata na BR-116, Rodovia Rio-Magé, apontou contradições no depoimento do ex-policial militar Ednalvaro Maia Rocha, investigado por envolvimento no crime. Segundo Janaína Monteiro, mãe da vítima de 21 anos, a versão mais recente apresentada pelo ex-PM foi de que Camille teria sido assassinada por um desafeto dele, pois o mesmo queria incriminá-lo.
Na primeira declaração de Ednalvaro à Polícia Civil, ele havia dito que Camille recebeu uma proposta de trabalho para tirar fotos e vídeos para comprovar a traição de uma mulher casada. Ela receberia R$ 2 mil pelo serviço. Ainda segundo o suspeito, com relação à motivação do crime, o ex-policial afirmou que a jovem teria dado um golpe em uma mulher envolvendo uma joia cara e teria armado a situação para chegar até ela.
Ednalvaro detalhou em depoimento que levou a jovem, na companhia de outros dois homens ainda não identificados, para ser morta. Após longas horas de depoimento, o ex-PM foi convencido a levar os policiais da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) até o local da ocultação do cadáver.
"Eu acho que é mentira. Ele sabe quem matou, sabe o que aconteceu. Ele foi a última pessoa a estar com a minha filha. Acredito que ele esteja envolvido até o último fio de cabelo dele", disse Janaína ao DIA. Ainda de acordo com a mãe da jovem, a localização do celular de Camille apontava para 100 metros da casa do ex-PM, próximo onde o corpo foi encontrado. "Minha filha estava enrolada em um cobertor, ela veio de algum lugar morta. Tem muita contradição nessa história", completa Janaína.
O corpo de Camille foi encontrado no dia 16 de julho e, até o momento, ainda não foi disponibilizado o laudo de necropsia com a causa da morte. "Estou muito chateada com essa demora", desabafou a mãe. O caso segue em investigação na DDPA. Ninguém foi preso até o momento.
Zelador também é investigado
Segundo as investigações, Camille recebeu uma proposta de trabalho para tirar fotos e vídeos para comprovar a traição de uma mulher casada. A pessoa que ofereceu o serviço, segundo a Polícia Civil, é João Domingos Valente, zelador do Sport Clube Anchieta, local muito frequentado pela desaparecida e onde se conheceram.
Na delegacia, João disse que ofereceu esse serviço para Camille após um antigo amigo, Ednalvaro Maia Rocha, ter lhe oferecido dinheiro pela indicação de uma mulher para o serviço.
A jovem deixou três filhos, todos menores de idade, sendo o mais novo de apenas 8 meses.
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