Caso foi investigado pela Delegacia de Crimes Raciais e Intolerância Religiosa (Decradi)Renan Areias/Agência O Dia
Vendedora de loja é denunciada por discriminação contra três jovens negros
Segundo as investigações, Francisli de Mello Galdino não quis atender os adolescentes e falou para eles deixarem o estabelecimento
Rio - O Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) denunciou Francisli de Mello Galdino por discriminação contra três jovens negros, de 17 e 18 anos, ocorrida em uma loja do Shopping Bangu, na Zona Oeste do Rio, em novembro de 2023.
De acordo com o relato dos jovens, eles estavam passeando no shopping quando resolveram entrar na loja O Boticário. Uma das adolescentes disse que foi abordada pela vendedora, uma mulher branca, e informou que estava apenas olhando os produtos.
Em seguida, a funcionária pediu para que ela se retirasse, pois a loja estaria cheia. Momentos depois, ela viu um casal de pessoas brancas entrando na loja e sendo atendido. Ao sair do estabelecimento, soube que o fato aconteceu também com os outros dois amigos.
A adolescente, então, retornou à loja, comprou um produto e reclamou com uma outra vendedora sobre o ocorrido. A funcionária se desculpou pela situação criada pela colega de trabalho.
O caso aconteceu em 20 de novembro, justamente no Dia Nacional de Zumbi dos Palmares e da Consciência Negra, data destinada para celebração e conscientização do povo sobre a resistência e o sofrimento que os negros escravizados viveram no Brasil, além de debater a importância da população e da cultura africana no país.
O crime foi registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Intolerância Religiosa (Decradi). De acordo com o apurado, a mulher não quis atender o grupo por eles serem negros.
A reportagem de O DIA não localizou a defesa da vendedora. O espaço está aberto para manifestação.
Rede repudia ato
Na época a rede O Boticário disse em nota que "lamenta a situação relatada e informa que repudia práticas de situações discriminatórias, preconceituosas ou racistas". O grupo destacou que, assim que tomou conhecimento da situação, iniciou uma investigação interna do caso e entrou em contato com os consumidores, se colocando à disposição para prestar o apoio necessário.
"A marca reforça ainda que já intensificou os treinamentos internos na unidade em linha com os seus compromissos com a diversidade, equidade e inclusão – valores que pautam a sua história e que mobilizam colaboradores próprios e também rede de franquias para que continue evoluindo em sua jornada para sermos cada vez mais diversos e inclusivos", completou.
O Bangu Shopping repudiou qualquer forma de preconceito e se colocou à disposição para contribuir na rigorosa apuração do ocorrido.
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