Especialistas e líderes governamentais se reúnem em Cúpula de Preparação para Pandemias
Realizado em hotel na Barra da Tijuca, evento tem e promoção da Fiocruz, Ministério da Saúde e Coalizão para Promoção de Inovações em prol da Preparação para Epidemias
Cúpula Global de Preparação para Pandemias promovida pelo Ministério da Saúde, Fiocruz e Cepi na Barra da Tijuca - Renan Areias/Agência O Dia
Cúpula Global de Preparação para Pandemias promovida pelo Ministério da Saúde, Fiocruz e Cepi na Barra da Tijuca Renan Areias/Agência O Dia
Rio - A Fiocruz, o Ministério da Saúde e a Coalizão para Promoção de Inovações em prol da Preparação para Epidemias (Cepi) promovem até esta terça-feira (30) a 2ª edição da Cúpula Global de Preparação para Pandemias 2024. Primeiro na América Latina, o evento reúne especialistas em pesquisa, desenvolvimento e fabricação, além de autoridades governamentais, representantes da sociedade civil e líderes da indústria e da comunidade global de saúde em busca de soluções de combate a surtos e pandemias. A cúpula acontece no Hotel Windsor Marapendi, na Barra da Tijuca, Zona Oeste.
De acordo com os organizadores, o evento promoverá o desafio coletivo para avançar na agenda global compartilhada de preparação para as pandemias futuras. Serão discutidos pelos palestrantes temas como a preparação, resposta global, além das oportunidades na vigilância epidemiológica, acesso a equipamentos e modelos de financiamento. As palestras serão transmitidas online durante 15 minutos, mas a íntegra será disponibilizada pela cúpula.
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Um dos focos do grupo de especialistas e demais representantes é fortalecer a estratégia chamada de Missão 100 dias. O objetivo nessa meta é conseguir, dentro desse prazo, produzir vacinas, diagnósticos e terapias para responder possíveis novas futuras ameaças virais. Os cem dias são um terço do tempo levado para produção do imunizante contra covid-19.
Segundo os organizadores, a lista de palestrantes da Cúpula inclui representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS), da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), do Governo Federal, da Cepi, da Fiocruz, de organizações privadas e filantrópicas, incluindo o diretor-executivo do Programa de Emergências em Saúde da OMS, Mike Ryan, o diretor da Opas, Jarbas Barbosa, o diretor-geral adjunto da OMS, Chikwe Ihekweazu, e a secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel.
A ministra Nísia Trindade declarou que o Brasil tem a capacidade de se envolver na Missão 100 Dias, uma colaboração global voltada para criar, produzir e distribuir vacinas e tratamentos em aproximadamente três meses. "Sem dúvida o Brasil tem condições de adotar esse objetivo. O Brasil é parte desse esforço e nós retomamos uma agenda que as instituições de pesquisas científicas levantaram com muita força”, disse a ministra", afirma.
Nísia mencionou o Complexo Econômico Industrial da Saúde, um grupo de investimentos que promovem a fabricação de medicamentos, insumos e vacinas, como parte da Nova Indústria Brasil, a política industrial do governo federal. Para ela, a preparação do país para enfrentar futuras pandemias deve ser considerada uma política de Estado, e não apenas de governo.
A ministra também reforçou a importância do Sul Global (conjunto de países emergentes). "Não é possível pensar em proteção de forma equitativa sem a participação dos nossos países", disse.
Nesta segunda-feira, foi realizada uma cerimônia de abertura e uma sessão plenária com a participação do presidente da Fiocruz, Mario Moreira, a presidente da Cepi, Jane Halton, e um representante do Ministério da Saúde. De acordo com o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, a cúpula é mais uma prova do compromisso da fundação na construção de um sistema de saúde mais "resiliente".
"Capaz de desenvolver e distribuir vacinas e tratamentos de forma rápida e acessível, protegendo todas as populações, especialmente as mais vulneráveis. Realizar este evento no Brasil reforça a necessidade de considerar as especificidades do Sul Global, a região do mundo mais impactada por eventos pandêmicos. (...) Estou confiante de que será um espaço altamente promissor para a troca de conhecimento e cooperação internacional", disse o presidente.
Os organizadores defendem que o contexto atual traz uma nova era de risco epidêmico e pandêmico, pós efeito covid-19. Para o CEO da Cepi, Richard Hatchett, a Cúpula Global de Preparação para Pandemias 2024 é um momento crucial para a comunidade de saúde pública se reunir, trocar ideias e destacar áreas de progresso e lacunas nos planos de preparação para pandemias do mundo.
"Com tantas outras crises em andamento competindo por atenção política e pública, há um risco significativo de que nosso foco em doenças infecciosas emergentes possa enfraquecer. Não devemos tirar os olhos do objetivo”, avaliou Hatchett.
A Find, o Secretariado Internacional de Preparação para Pandemias (IPPS), a Opas, a Unitaid, a OMS e o hub da OMS para Inteligência sobre Pandemias e Epidemias são co-designers do programa da Cúpula.
GPPS
A Cúpula Global de Preparação para Pandemias (GPPS, na sigla em inglês) 2024 é um evento orientado pela ciência que visa revitalizar o impulso para a preparação e resposta a pandemias — ajudando a garantir que possamos conter futuros surtos de doenças infecciosas de forma mais rápida e equitativa. Os procedimentos, resultados e recomendações da GPPS serão publicados para ajudar na tomada de decisões pelos líderes mundiais em esforços internacionais de preparação para pandemias. A sessão desta terça-feira também terá transmissão ao vivo.
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