Publicado 09/07/2024 19:41
Rio - O miliciano Reginaldo Ferreira Nunes Júnior, conhecido como 'Júnior Bomba', foi preso na tarde desta terça-feira (9), em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O criminoso teria assumido a liderança da milícia de Sepetiba, na Zona Oeste do Rio, depois da morte do irmão, 'Sérgio Bomba'.
PublicidadeDe acordo com as investigações da Delegacia de Repressão as Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco/IE), Júnior Bomba é um homem de confiança do miliciano Gilson Ingrácio de Souza Júnior, o Juninho Varão, líder do grupo que atua em Nova Iguaçu e em Seropédica, locais que sofrem com a disputa territorial entre milícias rivais.
Reginaldo também é investigado por diversos homicídios realizados na região de Sepetiba. Ele foi localizado por agentes da Draco/IE em um condomínio, em Nova Iguaçu, por volta das 8h30. O miliciano estava com uma pistola 9 mm e dois carros roubados e adulterados, sendo um Hyundai Creta e um Toyota Corolla blindado. Além disso, ele usava uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH) falsa no nome de Gilberto de Oliveira Nunes.
Durante a ação, os policiais ainda apreenderam um fuzil calibre .556, dezenas de carregadores e milhares de munições de diversos calibres, dezenas de coletes balísticos, roupas semelhantes às de policiais e outros equipamentos que indicam atividades ilegais ligadas à milícia.
Júnior Bomba tinha um mandado de prisão preventiva em aberto expedido pela Vara Especializada em Organizações Criminosas.
Irmão de miliciano morto no Recreio
Reginaldo é irmão do miliciano Sérgio Rodrigues da Costa Silva, o Sérgio Bomba, que foi morto a tiros em um quiosque no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, em janeiro deste ano. A execução ocorreu na Avenida Lúcio Costa, na altura do Posto 12, e foi gravada por uma câmera de segurança.
Nas imagens é possível ver que o criminoso atirou sozinho e concentrou os disparos apenas no rosto de Sérgio, sem chance de defesa. Pelo menos um dos disparos atingiu o olho da vítima, que estava sentado em uma mesa ao lado de uma mulher.
Veja o vídeo:
'Sergio Bomba' foi preso em 2016 por chefiar a milícia que atua na cobrança de taxas ilegais de moradores e comerciantes, grilagem de terras, além de roubo e clonagem de veículos em Sepetiba. Em 2017, ele foi alvo da Operação Horus, contra milicianos da região, e um novo mandado de prisão foi cumprido contra ele, dentro do presídio, de onde continuava controlando a organização criminosa.
O principal suspeito de dar a ordem para matá-lo era o miliciano Rui Paulo Gonçalves Estevão, o Pipito, que assumiu a milícia de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, depois de sua prisão. O criminoso morreu em um confronto com policiais civis na comunidade do Rodo, em Santa Cruz, também na Zona Oeste, em junho.
Homem de confiança de Juninho Varão
Conforme a Draco apontou, 'Júnior Bomba' é um homem de confiança do miliciano 'Juninho Varão', que segue sendo investigado por participar da guerra por disputa de territórios que assola a cidade de Seropédica. Uma dessas brigas terminou com a morte do estudante Bernardo Paraiso, de 24 anos, em abril.
Juninho Varão era considerado um dos homens fortes de Danilo Dias Lima, o 'Tandera', mas após um golpe, passou a controlar a milícia que atua em bairros como Cabuçu, Palhada, Valverde e Grão Pará, em Nova Iguaçu. No município, ele disputa o controle de territórios com o grupo de Zinho.
Segundo investigações, ele mantinha uma aliança com Tauã Oliveira, o 'Tubarão', morto em fevereiro deste ano, e por isso é um dos nomes investigados como sucessor do miliciano.
De acordo com o Ministério Público do Rio (MPRJ), 'Juninho Varão' é considerado foragido da Justiça e tem diversas passagens por homicídio, tortura e organização criminosa, além de ser responsável pelo controle financeiro de sua milícia e de participar diretamente da compra de armas e munições.
Em junho, o grupo paramilitar do miliciano foi alvo de uma operação após investigações constatarem que a quadrilha faturou R$ 10 milhões entre 2022 e 2023 com serviços de internet.
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