PipitoDivulgação

Rio - Rui Paulo Gonçalves Estevão, conhecido como Pipito, apontado pela polícia como o próximo líder da milícia comandada por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, é um dos principais suspeitos de ordenar a morte do chefe da milícia de Sepetiba, na Zona Oeste, Sergio Rodrigues da Costa Silva, o Sérgio Bomba.

O miliciano foi morto a tiros na noite do último domingo (21), na Praia do Recreio dos Bandeirantes enquanto estava em um quiosque na Avenida Lúcio Costa, na altura do Posto 12. Imagens mostram o exato momento em que uma pessoa chega ao local disparando contra ele.

Segundo as investigações, após a prisão de Zinho, que se entregou à Polícia Federal na véspera de Natal, Pipito passou a ser apontado como 'zero2' da maior milícia do Rio. Considerado homem de confiança do miliciano, ele foi responsável por coordenar os ataques a ônibus na Zona Oeste em outubro do ano passado, que deixaram 35 coletivos incendiados. Os ataques foram motivados pela morte do sobrinho de Zinho, Matheus da Silva Rezende, mais conhecido como Faustão,

De acordo com relatos, após a prisão de Zinho, a milícia de Sepetiba, na Zona Oeste, se dividiu devido a uma disputa por comando. Pipito ainda é apontado como mandante da morte do miliciano Jairo Batista Freire, conhecido como Caveira, que também era considerado um dos sucessores de Zinho. De acordo com testemunhas, ele foi morto a tiros em Três Pontes, em Paciência, na mesma região. No entanto, o corpo não foi encontrado e a Polícia Civil ainda realiza investigações para localizá-lo.

O grupo de Pipito acusava Caveira pela responsabilidade da morte de Antônio Carlos dos Santos Pinto, o Pit, e de seu filho de 9 anos, no final de dezembro, também em Três Pontes. Pit era outro miliciano apontado como sucessor de Zinho.

Histórico no crime

Pipito chegou a ser preso em 2018, no entanto, deixou o presídio dois anos depois, após conseguir um benefício que permitiu saída temporária durante a pandemia da Covid-19. Ele havia sido condenado a seis anos e seis meses de prisão pelo crime.

Em outubro do ano passado, mais de 100 munições, carregadores de pistola e de fuzil, celulares e objetos de valor foram apreendidas em sua casa na comunidade de Antares, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. À época, o Tribunal de Justiça expediu um mandado de prisão preventiva contra o miliciano, que responde por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. De acordo com as investigações, a vítima teria sido carbonizada e, até o momento, o corpo não foi localizado.

Pipito possui quatro mandados de prisão em aberto por homicídio, posse ilegal de armas, ocultação de cadáver e associação criminosa.

O criminoso ingressou no grupo paramilitar em 2017, quando Carlos Alexandre da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes, liderava a antiga Liga da Justiça. Wellington da Silva Braga, o Ecko, foi um dos responsáveis por expandir os domínios da organização fundada por Carlinhos, que morreu em 2017. Quatro anos depois, Ecko foi morto em uma operação policial e Zinho assumiu o posto de líder.
Ao assumir a liderança do grupo, o criminoso acabou rompendo com algumas alianças antigas. Um deles é Danilo Dias Lima, o Tandera, considerado seu principal rival atualmente. No passado, Zinho controlava boa parte da Zona Oeste do Rio e Tandera, áreas da Baixada Fluminense. Com o rompimento da aliança, os dois passaram a travar uma guerra sangrenta por territórios. Além da disputa entre milícias rivais, brigas por territórios com facções criminosas, Pipito entrará no comando de um grupo dividido e cheio de disputas internas.