Tia de Gabriel, Ana Lúcia Nildes esteve na delegacia com a advogada Márcia CastroRachel Siston/Agência O Dia
Polícia analisa imagens de câmeras para localizar homem desaparecido em Duque de Caxias
'É uma angústia não ter respostas', disse Ana Lúcia Nildes, que procura pelo sobrinho Gabriel Cesário Barbosa, 30, há quase dois meses
Rio - O setor de Descoberta de Paradeiros da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) analisa imagens de câmeras de segurança para tentar localizar Gabriel Barbosa Cesário, de 30 anos. Ele está desaparecido desde 9 de junho, quando foi visto pela última vez em uma feira, em Duque de Caxias. Nesta sexta-feira (2), a tia esteve na especializada acompanhada de uma advogada da Comissão de Combate ao Racismo da Câmara Municipal do Rio.
De acordo com a pedagoga Ana Lúcia Nildes, de 64 anos, os agentes já haviam informado que tinham conseguido imagens de câmeras do comércio da região. A tia também apontou outros equipamentos na feira do Jardim Primavera e de ruas do bairro por onde o sobrinho pode ter passado. Na delegacia, ela foi informada que as imagens já estão com os investigadores e sendo analisadas.
"Dessa última semana para cá, você percebe que estão fazendo alguma coisa. Eu fiquei muito esperançosa de ter alguma novidade", afirmou Ana Lúcia. "É uma angústia não ter respostas, não saber se ele está bem, se não está", completou.
Segundo a advogada Márcia Castro, da Comissão de Combate ao Racismo da Câmara Municipal do Rio, que dá apoio à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa (Alerj), responsável por acompanhar o caso, a família também entregou um número de celular que era de Gabriel e que, recentemente, saiu de um grupo em um aplicativo.
Na ocasião, parentes e amigos tentaram fazer contato, mas não houve respostas por mensagens ou ligações. "Estão verificando as imagens das câmeras que foram apresentadas. Em um segundo momento, a família apresentou um celular que estava em um grupo e ainda não foi analisado. Ela (a tia, Ana Lúcia) ainda não sabia que as câmeras já estavam sendo analisadas, então, já deve ter alguma pista. Os próximos passos agora são analisar o celular e esperar para saber quais serão as novas diligências que vão fazer no caso", disse a advogada.
A pedagoga também contou que ao longos dos quase dois meses do desaparecimento, procurou pelo sobrinho em unidades de saúde de Duque de Caxias, onde eles moram, no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio, e até no Instituto Médico Legal (IML) de Nova Iguaçu, mas não o localizou. A tia afirmou que desde a publicação da reportagem de O DIA sobre o sumiço de Gabriel, vem recebendo informações sobre seu possível paradeiro, entre elas uma foto, mas que não se tratava do jovem.
Entretanto, segundo Ana Lúcia, uma pessoa disse que acredita ter visto o jovem em um trem para Guapimirim, também na Baixada Fluminense, cerca de 15 dias após o desaparecimento. A possível testemunha disse que ele estava desorientado, mas não agressivo, e conseguiu relatar que estava indo para Magé, na mesma região, conseguir um documento para um trabalho. A tia acredita que pode ser Gabriel, já que dias antes de desaparecer, disse a ela que precisava fazer um nova identidade para uma entrevista de emprego.
A família chegou a ir à uma agência bancária de Magé, onde ele iria pegar os documentos, e procurou em locais próximos, mas o rapaz não foi encontrado. A tia de Gabriel também pretende fazer contato com as concessionárias responsáveis pela administração do Rodovia Washington Luiz e Rio-Magé, para solicitar mais imagens de câmeras de segurança e descobrir se ele passou por esses locais. Ela deve entregar as informações aos investigadores na próxima terça-feira (6), quando voltar à delegacia em buscas de novidades sobre o paradeiro do sobrinho.
A pedagoga descreveu Gabriel como um rapaz tranquilo, que gostava de sair com a família. Durante a pandemia de covid-19, ele se tornou dependente químico e chegou a se internar em uma clínica de reabilitação em São Paulo. Em janeiro deste ano, ele parou de tomar os medicamentos controlados para o tratamento contra a ansiedade e voltou a consumir bebidas alcoólicas, de acordo com a tia. Ana Lúcia também apontou que antes da doença, ele tinha muitos amigos, mas acabou perdendo o vínculo.
Contudo, a pedagoga não acredita que ele tenha feito desafetos, já que sempre andava pelo bairro e conversava com vizinhos. Familiares suspeitam que o jovem possa estar desorientado, caminhando pelas ruas. O Disque Denúncia recebe informações sobre o paradeiro de desaparecidos pelos telefones (21) 22531177 / 0300 253 1177 (interior) ou por meio de mensagem para o Whatsapp Desaparecidos, no (21) 98849-6254. O anonimato é garantido. A Polícia Civil informou que os agentes realizam diligências para encontrar Gabriel.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.