Familiares se despedem de adolescente morto em ataque a tiros no Morro dos Macacos, na Zona NortePedro Texeira/Agência O Dia

Rio - O sepultamento do adolescente G. S. D. A., de 13 anos, baleado durante a troca de tiros entre traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP) e do Comando Vermelho (CV), no Morro dos Macacos, ocorreu na tarde desta terça-feira (6) no Cemitério São Francisco de Paula, no Catumbi. Durante o velório, amigos e familiares usaram camisas com pedidos de justiça pela morte do adolescente.
Alex de Souza dos Santos, o irmão mais velho da família, que também mora na comunidade com sua esposa e seu filho de 7 anos, falou emocionado à imprensa: "Eu, como irmão mais velho, preciso me manter forte para confortar meus irmãos mais novos, já que minha mãe está internada." O último contato que ele teve com o menino foi por telefone, naquele mesmo dia. "No dia do acontecido, ele me ligou, falou comigo veio encontrar a gente onde que a gente estava, mas a gente já tinha chegado em casa." No momento em que o adolescente voltava para casa, ele foi baleado. 
Ainda muito comovido, o irmão mais velho revelou que, para quem vive na comunidade, o medo é constante: "A gente fica com medo por essas guerras que estão acontecendo. As lembranças que ficam são os momentos felizes em família e as danças que ele costumava publicar nas redes sociais."
O menino chegou a ser socorrido e levado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos. De acordo com a plataforma 'Onde Tem Tiroteio', tiros foram ouvidos no Morro dos Macacos, próximo ao Túnel Noel Rosa, às 23h20 e às 00h20.
A vítima era apaixonada pelo Flamengo e pelo futebol. Sua última festa de aniversário teve como tema o jogador argentino Lionel Messi. Maria Joanice Sousa de Melo, mãe da criança, está internada no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, na Zona Norte, após também ser baleada durante o confronto no Morro dos Macacos. De acordo com o boletim médico, ela segue em estado estável sem previsão de alta.
Na tarde da última segunda-feira (5), moradores da região realizaram protestos com pedaços de madeira, pneus, caçambas e sacos de lixo que foram colocadas na entrada do túnel e incendiadas para impedir o trânsito no local. As ruas foram fechadas, além do túnel, pedindo paz na comunidade. O Túnel Noel Rosa ficou interditado por uma hora.
A morte está sendo investigada pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).