Rio - Equipes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) vão realizar uma vistoria para esclarecer as causas do desabamento do teto da Igreja Ordem Primeira do Convento do Carmo, em Angra dos Reis, na Costa Verde. Construído há 400 anos, o local, que integra um complexo religioso, é um dos símbolos da cidade.
O telhado da paróquia, que é tombada pelo Iphan desde 1944, caiu na tarde de segunda-feira (19). No momento do acidente, que não deixou vítimas, o local estava interditado pela Defesa Civil municipal por causa de problemas na estrutura.
Em entrevista ao DIA, o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ) Sydnei Menezes, lamentou o ocorrido. "Não houve acompanhamento e manutenção de profissionais devidamente habilitados, qualificados e registrados no CAU. Faltou cuidado com a conservação permanente do prédio, que têm um valor arquitetônico e cultural e precisa ter uma atenção maior", disse.
Sydnei Menezes ainda reforçou as dificuldades de se realizar reformas estruturais em edifícios tombados. Além da questão técnica, que é complexa, existem as barreiras financeiras e burocráticas.
Em nota, o Iphan informou que no dia 24 de maio foi identificado o deslocamento de diversas telhas na cobertura e o desgaste das peças de madeira que compõem a estrutura do telhado. Elas estavam apodrecidas por causa de infiltrações e ação de cupins.
No dia 30 de julho, foi encaminhado um relatório à Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas do município, no qual recomendava a avaliação dos problemas existentes. Segundo a instituição, equipes solicitaram um projeto para a recuperação da igreja e a realização de serviços emergenciais para evitar maiores danos, como a retirada e a substituição do telhado e do forro.
O Iphan alegou, ainda, que autorizou o escoramento emergencial em andaimes metálicos, a fim de estabilizar a estrutura do edifício enquanto era preparado o material técnico definitivo para a reforma da igreja.
Ao DIA, a Prefeitura de Angra dos Reis informou que acionou o Iphan para assumir os trabalhos relacionados ao desabamento. O espaço estava interditado há cerca de um mês e, nesse período, a Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas iniciou tratativas com a igreja e o instituto para desenvolver um projeto de escoramento da estrutura.
Atualmente, a prefeitura está realizando - com autorização do Iphan - uma obra de revitalização da Igreja da Ordem Terceira do Carmo, que fica ao lado da paróquia da Ordem Primeira, cujo telhado desabou.
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