Rio - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), com o apoio do Ministério Público de São Paulo (MPSP) e da Polícia Militar de São Paulo, iniciou a segunda fase da Operação Medellín nesta sexta-feira (23). A ação teve como objetivo acabar com uma organização criminosa especializada em aplicar o golpe "Boa Noite, Cinderela" para roubar criptoativos — ativos digitais transacionados de forma eletrônica que podem ser utilizados para investir, transferir valores ou ainda, acessar serviços.
Durante a ação, os PMs apreenderam celulares, cadernos de anotações, cartões de crédito de possíveis vítimas e outros bens. Uma das acusadas continua foragida, e sua prisão foi solicitada à Interpol.
Nesta fase, foram cumpridos seis mandados de prisão e seis mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada em Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro do Rio de Janeiro. Além de reforçar as prisões preventivas de suspeitos já detidos, outro acusado, o colombiano Esteban Garcia Garcia, foi capturado.
O promotor de Justiça responsável pela investigação, Diogo Erthal Alves da Costa, da 3ª Vara Criminal de Niterói, revelou que o crime inicial fazia parte de uma complexa organização criminosa, composta em sua maior parte por colombianos, especializada em roubar ativos virtuais e lavar dinheiro no Brasil.
Fabiano Gonçalves Cossermelli Oliveira, titular da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Resende e também responsável pela investigação, destacou que o uso de ferramentas investigativas avançadas e a transparência das transações em blockchain foram fundamentais para rastrear os ativos roubados e identificar os criminosos envolvidos. Até o momento, foram recuperados aproximadamente R$ 35 mil pertencentes à primeira vítima.
Primeira fase
A primeira fase do trabalho investigativo, realizada junto à 3ª Vara Criminal de Niterói, em dezembro de 2023, resultou na denúncia de quatro colombianos por roubo impróprio majorado. O crime ocorreu no Rio de Janeiro, onde os acusados doparam a pessoa e roubaram seu celular, cerca de R$ 125 mil em criptoativos e outros valores. Um dos detidos, José Daniel Agudelo Puerta, foi preso utilizando um documento falso, o que gerou uma acusação adicional por crime contra a fé pública.
Com a análise de celulares apreendidos e a quebra de sigilo telemático, as investigações avançaram, culminando em uma nova denúncia por organização criminosa, lavagem de dinheiro e outros dois roubos impróprios. A Justiça aceitou a denúncia e decretou a prisão de seis colombianos, incluindo quatro já indiciados na primeira fase da operação.
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