Rio - Sob forte comoção de familiares, amigos e colegas de farda, o bombeiro Tales Santos da Silva, de 50 anos, que morreu após ser baleado em um assalto em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, foi sepultado na manhã desta quinta-feira (29). A cerimônia aconteceu no Cemitério Jardim de Mesquita, também na Baixada.
O velório iniciou às 7h, e o sepultamento às 9h30. Os militares, que compareceram uniformizados, se organizaram em um corredor para prestar continência ao ex-colega, enquanto o caixão era levado ao jazigo. Tales era o mais velhos entre os três irmãos. Divorciado, ele não tinha filhos.
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Irmão mais novo de Tales, Hudson Santos da Silva revelou que nos últimos anos o bombeiro estava focado em se relacionar com família e era muito querido por sua filha, sobrinha de Tales. Hudson reforçou, ainda, que o militar era uma pessoa alegre e que é assim que ele vai se recordar do irmão.
"Era uma pessoa extremamente alegre, dedicada ao outro e feliz. Esse é um traço dele que eu quero me lembrar. Dele feliz e fazendo bagunça com a gente. Vivemos dias muito felizes com ele. Vai fazer muita falta. É insubstituível", lamentou.
Segundo Mirtes Santos da Silva, irmã do bombeiro, Tales era uma pessoa que fazia amizade fácil e que por isso era muito querido pelos amigos e, principalmente, pelas crianças. Para ela, a morte do militar vai deixar um vazio que nunca será preenchido.
"Apesar de ser militar, ele carregava uma ingenuidade. Isso fazia com que ele se aproximasse das crianças. Não tinha uma criança que não gostasse dele. A gente vai sentir muita falta. Minha sobrinha, os filhos dos nossos primos... vai ficar um vazio que ninguém ocupa. Essa é a vida, a gente vai levando e vai vivendo, de forma que a cicatriz vai ficar para sempre", comentou.
Tales foi baleado no abdômen, tórax, coxa e braço no domingo (25), e ficou internado por dois dias no Hospital Geral de Nova Iguaçu. O militar morreu na noite desta terça-feira (27), por conta de uma parada cardíaca. As equipes médicas chegaram a tentar reanimá-lo, mas ele não resistiu.
Dinâmica do assalto
No dia do assalto, testemunhas informaram que dois criminosos em uma moto abordaram o bombeiro, no bairro Valverde. Ele reagiu e conseguiu balear um dos suspeitos. Ainda assim, eles fugiram com o veículo do militar. A moto utilizada pelos criminosos foi deixada no local.
Na segunda-feira (26), enquanto o bombeiro ainda estava internado, Hudson Santos da Silva, 46, irmão de Tales, descreveu a dinâmica do assalto ao DIA. Segundo o familiar, o militar foi baleado a 10 minutos de casa.
"A moto fechou o carro dele e um dos assaltantes foi para o lado dele com a arma. Tales não tinha outra opção, então ele reagiu e trocou tiro. Depois, foi atingido, saiu do carro se arrastando e trocou tiro de novo, à queima roupa. Ele se abriga em uma loja, que fica ao lado de uma oficina de motos, e essas pessoas socorreram ele. Logo depois, passou uma equipe do 20º BPM (Mesquita), os populares a chamaram e eles também prestaram socorro", contou Hudson.
Procurada para informações sobre o andamento das investigações, a Polícia Civil informou que o caso está em andamento na 56ª DP (Comendador Soares). "Os agentes ouviram testemunhas e analisam imagens de câmeras de segurança para apurar a autoria do crime e esclarecer todos os fatos", ressalta a nota da corporação.
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