Menina foi morta após ser atingida por tiros no carro da famíliaFoto: Reprodução
Atualmente, os agentes cumprem medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de se aproximarem das vítimas. Além disso, os policiais seguem afastados das ruas e estão cumprindo funções administrativas.
O MPF também rebate o argumento dos réus de que a perseguição teria sido motivada pela informação de que se tratava de um veículo roubado. Segundo o órgão, nos registros do Departamento Nacional de Trânsito (Detran) não havia nenhuma restrição ao veículo. Além disso, o carro foi comprado pelo valor de mercado e tanto o pai de Heloísa quanto o vendedor afirmaram desconhecer o registro de roubo em agosto de 2022.
As armas usadas pelos policiais foram fuzis 5.56 X 45mn, considerados de grosso calibre e longo alcance. Na denúncia, o procurador lembra que essas armas foram projetadas para uso militar, por terem maior velocidade, menor recuo e, consequentemente, por aumentar a letalidade.
Em outro trecho do documento, a denúncia destaca o fato de não ter havido nenhuma abordagem ao motorista do veículo pelos policiais. Testemunhas ouvidas durante a investigação afirmaram que "entre o momento em que passaram pela viatura policial e o momento dos tiros, não houve sequer um esboço de comunicação". Para o MPF, o fato evidencia que os agentes da PRF quiseram a morte dos ocupantes do veículo ou, no mínimo, assumiram o risco de que isso acontecesse.
Ao pontuar que foi comprovada a materialidade delitiva e a existência de indícios de autoria, o MPF requereu o recebimento da denúncia para que os três agentes respondam por homicídio qualificado, tentativa de homicídio e fraude processual. Somadas as penas máximas, elas chegam a 58 anos de prisão. Também pede que os três sejam obrigados a pagar indenização de R$ 1,3 milhão à família da menina Heloisa (pai, mãe e irmã).
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