Denize de Oliveira, integrante de quadrilha especializada em extorsão mediante a cárcere privado na Região dos LagosReginaldo Pimenta/Agência O DIA

Rio - Agentes da Delegacia Antissequestro (DAS) realizaram uma operação, nesta terça-feira (10), contra uma quadrilha responsável por crimes de extorsão mediante cárcere privado na Região dos Lagos. Segundo as investigações, no final de julho deste ano, três integrantes do grupo se passaram por hóspedes de uma pousada, em Arraial do Cabo, e mantiveram o proprietário e uma funcionária reféns.
Segundo a Polícia Civil, de quatro procurados, somente Denize Ferreira de Oliveira foi presa nesta terça. Ela foi encontrada em casa, na Vila Kennedy, Zona Oeste. 
Além de Denize, que era titular das contas bancárias, os outros investigados são: Michael Douglas Miranda Farias, conhecido como MK, mentor do crime; Maria Fernanda Ferreira Brandão, a Malvada, responsável pela ação na pousada; e Rinaldo Ribeiro Vianna, responsável pelo transporte do grupo. Dados apontam que parte do grupo buscou abrigo em territórios dominados pelo Comando Vermelho (CV). 


As buscas aconteceram no Morro do Adeus, em Bonsucesso, Zona Norte do Rio, e no município de Arraial do Cabo, com apoio de agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da 132ª DP (Arraial do Cabo). 
Segundo o delegado da DAS, Carlos Eduardo Rangel, a operação também cumpriu mandados de busca e apreensão.

"Arrecadamos material probatório suficiente para deflagração da ação penal", explicou.
"A Maria Fernanda é quem fez a reserva na pousada, ela que executou todas as ações, que recebia e fazia a interlocução direta com o MK, o chefe desse grupo. Já Denize é uma das beneficiárias das contas, o que a gente chama de conta de passagem, onde ela usa a conta para receber e depois distribuir os valores arrecadados na operação", reforçou o delegado.
O crime

No dia 23 de julho deste ano, por volta das 12h, o grupo agrediu, ameaçou e amarrou as vítimas em um dos cômodos enquanto exigiu a transferência de R$ 200 mil.

Após várias tentativas frustradas de operações bancárias não autorizadas pelo alto valor, eles fugiram do local.
"Eles foram normalmente para acomodação e logo em seguida retornaram à recepção da pousada para pegar informações sobre passeios turísticos. Nesse momento, renderam o dono da pousada e a sua funcionária, onde os mantiveram em cárcere privado em um dos cômodos que foram reservados. Utilizando de grave ameaça, com arma de fogo e muita violência física, além de tortura, eles tentaram operar transferências bancárias para contas beneficiárias de integrantes da quadrilha", relatou Rangel.

Após o crime, uma equipe da DAS foi acionada e começou as investigações. Os agentes cruzaram dados de inteligência e identificaram quatro integrantes da organização e o modo de ação da quadrilha. Em seguida, a especializada pediu medidas cautelares e mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão contra os alvos. Outros dois suspeitos ainda estão sendo investigados.