Documentos e aparelhos eletrônicos utilizados para aplicar os golpes foram apreendidosDivulgação / PF
Operação da PF contra fraudes na Previdência Social termina com três presos
Golpes nos benefícios do programa geraram prejuízo de quase R$ 9 milhões aos cofres públicos
Rio - A Polícia Federal realizou uma operação, na manhã desta quarta-feira (11), contra uma quadrilha que gerou quase R$ 9 milhões de prejuízo à Previdência Social por fraudes nos benefícios do programa. Três pessoas foram presas e dois servidores públicos acabaram sendo afastados do cargo por envolvimento no esquema. Ao todo, 12 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em diversos municípios da Região dos Lagos e Baixada, além da capital fluminense.
As investigações da PF apontam para a existência de 27 benefícios fraudulentos - obtidos em sua maioria no ano de 2010 - que vinham sendo pagos e recebidos pelos investigados, gerando um prejuízo de R$ 8,7 milhões aos cofres públicos. Dois alvos foram presos, em Búzios e Cabo Frio, devido a mandados de prisão preventiva. Uma terceira pessoa foi detida em flagrante por porte ilegal de arma de fogo, em São Pedro da Aldeia.
Os levantamentos ainda identificaram outros cúmplices, incluindo gerentes bancários, servidores do INSS e despachantes. Eles prestavam auxílio mútuo na concretização e manutenção das fraudes. Os investigados responderão pelos crimes de associação criminosa, estelionato previdenciário, falsidade de documento público e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas podem ultrapassar 26 anos de prisão.
A Operação Estelião, como foi batizada, ainda contou com a apreensão de seis veículos, um Jet Ski e diversos documentos que eram utilizados para aplicar os golpes. Celulares, equipamentos eletrônicos, dispositivos de armazenamento e duas armas também foram recolhidos.
Além disso, a Justiça ordenou o bloqueio de bens dos investigados no valor equivalente ao dano causado e o sequestro de 11 imóveis. A operação aconteceu nas cidades de Cabo Frio, São Pedro da Aldeia, Armação dos Búzios, Belford Roxo, Duque de Caxias e Rio de Janeiro.
Operação Estelião
A ação desta quarta-feira (11) é a segunda etapa da Operação Estelião, iniciada em dezembro de 2023, quando foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva. Na ocasião, foram recolhidos 27 cartões bancários em nome de terceiros, 70 documentos de identificação falsos, um manuscrito com dados de 21 benefícios previdenciários, além de diversos outros documentos e materiais.
À época, uma carteira da Ordem dos Advogados do Brasil Rio de Janeiro (OAB/RJ) foi apreendida. Ela foi obtida por meio de documentos falsos que eram utilizados para que uma integrante do grupo se passasse por uma advogada.
De acordo com a PF, o nome da operação remonta ao lagarto Estelião, que dá origem a palavra estelionato. Isso se dá pelo animal ser popularmente associado à falsidade, devido sua capacidade de mudar de cor para que não seja visto e consiga enganar seus inimigos.
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