Rio - A delegada aposentada da Polícia Civil Adriana Belém sofreu uma tentativa de assalto em um quiosque da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, na noite de quarta-feira (11). Imagens de câmeras de segurança flagraram o momento em que um homem de boné se aproxima do grupo que acompanhava a delegada, às 20h06.
Um outro assaltante, usando capacete, também entra no estabelecimento e parece estar perseguindo outra pessoa. Um dos amigos que estava com Adriana reage e parte para cima do criminoso de boné, que foge. Enquanto ele reagia, a delegada começou a jogar copos em cima do ladrão.
Em seguida, todos se escondem embaixo da mesa do quiosque. Outros tentam se proteger atrás de mesas e lixeiras. A tentativa de assalto não foi registrada na delegacia.
Quem é Adriana Belém
Adriana Belém entregou a titularidade da 16ª DP em janeiro de 2020, durante a operação Intocáveis II, do Ministério Público do Rio de Janeiro. Na ocasião, seu braço-direito Jorge Luiz Camillo e o inspetor Alex Fabiano Costa de Abreu foram presos por atuarem contra investigações que envolviam a milícia do Rio das Pedras e Muzema, também na Zona Oeste do Rio.
Também em 2020, Belém foi candidata a vereadora do município do Rio, pelo Partido Social Cristão (PSC). Ela recebeu mais de 3,5 mil votos, mas não se elegeu. A campanha da delegada contou com apoio de personalidades como os ex-jogadores de futebol, Adriano Imperador, Amoroso, Deco, Djalminha, Edmundo, além dos artistas David Brasil, Dudu Nobre, MC G15 e Xande de Pilares.
Adriana foi presa no dia 10 de maio de 2022, acusada de lavagem de dinheiro. Ela foi detida pela Força-Tarefa do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), na Operação Calígula que mirava uma organização criminosa de jogo de bicho liderada por Rogério de Andrade e seu filho, Gustavo de Andrade.
Ela foi denunciada por corrupção em razão da liberação das máquinas de caça-níqueis e teve a prisão preventiva deferida pela própria Vara Especializada do Tribunal de Justiça, após agentes localizarem em seu apartamento em um condomínio na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, quase R$ 2 milhões em espécie em bolsas e sapato de marcas de luxo.
Em outubro de 2022, ela foi solta após decisão da 1ª Vara Especializada Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, que determinou a revogação da prisão preventiva.
Onda de assaltos na Barra da Tijuca
Um levantamento do Instituto de Segurança Pública (ISP) aponta que houve um aumento de 5% no número de roubos no comparativo entre novembro do ano passado e o mesmo mês de 2022 na região. No penúltimo mês de 2023, foram 182 registros e, no mesmo período do ano anterior, 106 casos. Entre janeiro e novembro do ano passado, 1.396 ocorrências de roubo foram registradas no bairro. O número significa que, em média, por dia, quatro vítimas tiveram um pertence levado por bandidos em 11 meses.
O número de furtos na região é 300% maior do que o de roubos. Entre o período de janeiro a novembro do ano passado, foram registradas 6.192 ocorrências de furtos em geral. O mês de janeiro teve o maior número, com 651 casos, sendo, em média, 21 pessoas furtadas por dia.
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