Material apreendido durante operação contra vereador Divulgação

Rio - O vereador Bruno Fernando Santos de Azevedo, conhecido como Bruno Pezão, foi preso em flagrante pelo crime de lavagem de dinheiro, nesta quarta-feira (18), durante uma operação da Polícia Civil com apoio do Ministério Público do Rio (MPRJ), que investiga o assassinato de um cabo eleitoral. Na ação, foram apreendidos mais de R$ 1 milhão entre cheques, notas promissórias e dinheiro em espécie. Apenas na casa do parlamentar foram encontrados R$ 650 mil.
Ao todo, agentes cumpriram nove mandados de busca e apreensão em endereços de Campos dos Goytacazes, na Norte Fluminense, onde o crime aconteceu, e na Penitenciária Jonas Lopes de Carvalho (Bangu 4), no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste, onde está o líder do crime organizado do município, José Ricardo Rangel de Oliveira, conhecido como Ricardinho, preso desde 2010. Investigações apontam ligação entre o criminoso e o vereador.
A operação Pleito Mortal foi realizada pela 134ª DP (Campos dos Goytacazes) com apoio do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Superintendência de Inteligência do Sistema Penitenciário (SISPEN/Seap).
Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal de Campos e foram cumpridos na Câmara de Vereadores, no comitê de campanha de Bruno Pezão (PP), nos bairros campistas do Centro, Novo Jóquei, Parque Tamandaré, São Sebastião e Vivendas do Coqueiro.
No início da manhã, agentes do Gaeco também estiveram na Câmara Municipal de Campos e o gabinete do parlamentar precisou ser arrombado, já que o presidente e o setor administrativo tentaram contato com ele e assessores, mas não tiveram resposta. As equipes cumpriram mandado de busca e apreensão no local. 
Procurada, a Casa informou que "está colaborando com todas as investigações". Ainda segundo a Polícia Civil, os demais investigados são o chefe gabinete de Bruno Pezão, Diego de Souza Maciel, o assessor Adriano Piedade da Silva, Raphael Mendonça dos Santos e Uelinton Barreto Viana, conhecido como Hulk.
Traficante participou de comício por videoconferência
Na véspera da morte do cabo eleitoral, Aparecido Oliveira de Morais, Bruno Pezão fez um comício no município, onde realizou uma videoconferência com Ricardinho, diretamente de dentro da cadeia, projetando a imagem do líder do tráfico em um telão para a comunidade.
Aparecido foi morto dentro de um carro com 8 tiros, sendo 10 estojos calibre .380 e 1 projétil arrecadados no local, no dia 19 de julho deste ano.
Investigações apontam que o crime teve motivação política. A vítima tinha domínio em dois colégios eleitorais: Valeta e Venda Nova, ambos em Campo Novo e, antes de morrer, tinha selado acordo político de apoio ao atual pré candidato a vereador Diego Dias, concorrente de Bruno Pezão.
A reportagem de O DIA não conseguiu contato com a defesa do vereador Bruno Pezão e dos demais investigador. O espaço está aberto para manifestação.