Patrícia Muniz ficou com hematomas no pescoço, no rosto, nas costas e quebrou o péArquivo Pessoal
Mulher denuncia ex-companheiro por agressão dentro de casa em Ilha de Guaratiba
A estudante de enfermagem Patrícia Muniz disse que o homem deu socos e chutes após vê-la tomando uma cerveja com o amigo de infância
Rio - Uma estudante de enfermagem, de 33 anos, registrou uma queixa contra o ex-companheiro depois de ser agredida com socos e chutes, dentro de casa, em Ilha de Guaratiba, na Zona Oeste. A Justiça do Rio expediu uma medida protetiva contra o suspeito.
O caso aconteceu na noite do dia 21 de setembro. Ao DIA, Patrícia Muniz contou que estava na casa de um vizinho tomando uma cerveja quando seu ex invadiu a residência do homem e o ameaçou de morte. Logo depois, a mulher voltou para sua casa, onde ela teria sido agredida com socos e pontapés.
"No dia em questão, ele me viu bebendo com um amigo de infância e, em um surto, invadiu a casa dele já dando socos e ameaçando matar. Quebrou a casa dele toda. Quando terminou essa barbárie, ele veio atrás de mim, pulou o muro da minha casa e me agrediu brutalmente. Me deu socos no rosto, me enforcou e me chutou. Quando eu estava caída no chão, ele me arrastou segurando meu cabelo pelo quintal", disse.
A vítima ficou com hematomas nas costas e no pescoço, olhos inchados e vermelhos e o pé quebrado. De acordo com a estudante, o proprietário do local onde ela mora apareceu para ajudá-la, mas ele teria sido ameaçado de morte caso a polícia fosse chamada. O mesmo teria acontecido com as amigas dela.
O caso foi registrado na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Campo Grande como lesão corporal. De acordo com a Polícia Civil, os agentes ouviram Patrícia e solicitaram uma medida protetiva a seu favor. O suspeito também foi ouvido e os policiais analisaram as informações médicas da vítima.
A corporação destacou que diligências estão em andamento para esclarecer todos os fatos.
Medo de voltar para casa
O relacionamento entre a vítima e o suspeito durou 12 anos e gerou uma filha, de 9. Patrícia revelou que a relação foi marcada por agressões, inclusive gerando outras medidas protetivas e registros em delegacia. O casal está separado há dois anos e a mulher destacou que o homem não aceita o término.
"A relação sempre foi conturbada, movida por episódios de agressões. Ele nunca aceitou a separação e se manteve esse tempo todo por perto, seguindo cada passo meu. Fico sempre evitando conflito. Agora chegou no ponto dele ver que não tinha mais volta, de me ver trabalhando, estudando e seguindo minha vida sem depender dele, e aconteceu isso", disse.
Desde o dia da agressão, a estudante está longe do Rio. Ela se mudou para outra cidade e tem medo de voltar e encontrar o ex-companheiro.
"Eu saí como uma foragida da cidade. Tô com o pé quebrado. Não consegui ter paz pra me cuidar lá com medo dele aparecer e eu nem conseguir correr. Perdi meu trabalho. Semana que vem é o meu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do meu curso de enfermagem e eu não vou. Ele parou a minha vida toda. Não me sinto segura para voltar para a cidade com ele solto. Ele devia estar preso. Está explícito que ele quis me matar. Minha filha está triste, mas não está tendo contato. Não confio a vida dela a ele", contou.
No dia 23 de setembro, a juíza Cíntia Souto Machado de Andrade, do VII Juizado da Violência Doméstica, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio (TJRJ), concedeu a medida protetiva a favor de Patrícia. Com a decisão, o homem está proibido de se aproximar da mulher no limite de 100 metros, ressalvado o direito dele de visitar a filha, na forma estabelecida pelo Juízo de Família. Além disso, ele não pode ter contato com a vítima.
*colaboração de Thaís Fraguas, sob supervisão de Romulo Cunha
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