Homens foram localizados em casa de festas na Zona OesteReprodução
Polícia Civil prende na Zona Oeste quatro suspeitos de integrar maior milícia do Rio
Grupo que já foi chefiado por Zinho, atualmente tem comando de criminoso conhecido como Naval
Rio – Quatro suspeitos de integrar a maior milícia do Rio de Janeiro foram presos em flagrante nesta segunda-feira (30). De acordo com a Polícia Civil, Patrick Gomes de Carvalho, Felipe de Oliveira Magalhães, Natan de Lucas Lima Ferreira e Fabiano Alves da Silva foram capturados no bairro de Inhoaíba, Zona Oeste.
Ainda de acordo com a corporação, policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) encontraram os indivíduos em uma casa de festas após uma denúncia anônima sobre o endereço e levantamento de informações. No local, havia dezenas de latas e garrafas de bebidas alcoólicas espalhadas.
Investigações apontam que os homens fazem parte do grupo miliciano de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, preso desde dezembro de 2023, e que atualmente está sob o comando de Paulo David Guimarães Ferraz da Silva, conhecido como Naval.
Com o quarteto, foram apreendidos uma pistola; quatro carregadores de fuzil; um caderno para anotações da contabilidade da quadrilha; um veículo com chassi roubado; e aparelhos de telefone celular.
Os detidos vão responder pelos crimes de constituição de milícia privada, porte de arma de fogo de uso restrito e receptação. Eles serão conduzidos ao sistema prisional e, posteriormente, passarão por audiência de custódia.
Saiba quem é Naval
Conforme investigações da Polícia Civil, Naval assumiu o comando do grupo miliciano há cerca de quatro meses, quase uma semana após a morte de Rui Paulo Gonçalves Estevão, mais conhecido como Pipito, um dos substitutos de Zinho. O apelido tem a ver com o passado como fuzileiro naval do criminoso, que ingressou na Marinha em 2012.
Relatos dão conta de que ele domina as comunidades do Barbante, Vilar Carioca, Antares e Rola, consideradas estratégicas para a milícia da Zona Oeste.
Naval ainda é suspeito por envolvimento na morte do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, em agosto de 2022, quando o ex-vereador e o cunhado dele, Maurício Raul Atallah, foram baleados em plena luz do dia na Estrada Guandu Sapé, em Campo Grande, também na Zona Oeste.
A execução, segundo investigações, foi motivada por uma suposta tentativa por parte de Jerominho de retomar o comando da milícia que atua na região.
De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), o ex-vereador foi fundador da milícia privada conhecida como Liga da Justiça, responsável pela prática de homicídios e extorsões, em razão da cobrança de taxas de segurança a comerciantes e moradores da Zona Oeste, principalmente no bairro de Campo Grande. No entanto, após perder sua liderança sobre as atividades da milícia que ajudou a criar, em razão do longo período em que esteve preso (entre 2007 e 2018), ao ter a liberdade restabelecida, traçou um plano para voltar ao controle da organização criminosa, que na época do crime, estava sob controle por Zinho.
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