Milton Cunha é um dos idealizadores da academia junto com Célia DominguesRicardo Almeida / Divulgação

Rio - A Academia Brasileira de Artes Carnavalescas (Abac) foi inaugurada, nesta terça-feira (01), na Rua do Ouvidor, Centro do Rio. A festa contou com a presença de diversos nomes importantes da história do Carnaval, como o compositor Tiãozinho Mocidade, tricampeão com a escola de Padre Miguel, o casal de mestre-sala e porta-bandeira Rute e Julinho, da Viradouro, o coreógrafo Carlinhos de Jesus, que tem dois títulos com a Mangueira, a presidente da Mocidade Alegre Solange Cruz, o pesquisador Felipe Ferreira e Geisa Ketti, filha do cantor Zé Ketti, que morreu em 1999.

Além de convidados ilustres, o evento celebrou a memória da carnavalesca Rosa Magalhães, que morreu em julho deste ano, e homenageou a cantora Teresa Cristina e o mestre de bateria da Viradouro, Ciça.

A academia surge em uma iniciativa do professor, ex-carnavalesco e comentarista de Carnaval, Milton Cunha e da fundadora da Associação das Mulheres Empreendedoras do Brasil (Amebras), Célia Domingues, que atua há 26 anos na economia criativa do Carnaval. O espaço vai buscar promover a cultura do samba, oferecendo cursos, palestras, oficinas e debates, além de eternizar e preservar a memória de sambistas que ajudaram a construir a história do samba, mas não estão mais entre nós

De acordo com Viviane Martins, pesquisadora e apresentadora de casais de mestre-sala e porta-bandeira, a iniciativa é muito importante para o mundo do samba.

"É de um significado e de uma importância que é incalculável, quando a gente para pra pensar no que foi no passado quando os sambistas eram tratados como marginais, como pessoas desocupadas e hoje a gente (sambistas) um espaço dentro do Centro da Cidade, ocupar esse lugar em que antigamente éramos marginalizados. É imensurável a importância", declarou Viviane.

"É uma conquista extremamente importante para todos e todas nós sambistas porque a gente finca o nosso pé em uma região nobre e aqui vamos contar nossas histórias, futuramente vai ter oficina de adereço, de samba no pé. É um espaço democrático, de muito valor, muita representatividade", completou.

"Há 20 anos, eu e Célia sonhamos em ter um núcleo de pensamento, crítica, aprendizado, ensino dos saberes do mundo do samba. A academia privilegia a democracia do samba, do carnaval, dos bailes, dos coretos, dos blocos, das escolas de samba e está instalada no Rio porque é a capital mundial do Carnaval", afirmou Milton Cunha, presidente da Abac.
A Abac funciona de segunda à sexta, das 9h às 21h e sábado e domingo das 10h às 18h.