Renato da Silva foi baleado na cabeça no último domingo (6) em MesquitaRede Social

Rio - "Perdi meu porto seguro, ele era meu mundo". O desabafo é de Julhyana Oliveira, mulher de Renato da Silva de Oliveira, de 46 anos, que morreu na manhã de segunda-feira (7) após ser baleado na cabeça na localidade conhecida como Chatuba, em Mesquita, na Baixada Fluminense. A Polícia Civil investiga se o crime teria sido provocado por divergências políticas.

Ao DIA, Julhyana contou que o marido era muito ligado a família. "Tudo que a gente podia fazer junto, a gente fez, mas ainda tínhamos muitas coisas a realizar. Ele falava que sempre ia ser o homem da minha vida e eu era a mulher da vida dele. Ele era apaixonado pela minha filha, era padrasto dela, e também era apaixonado pelo neto dele. A gente brincava o tempo todo, sempre conversava. Nós tínhamos muitos sonhos e agora eu vou tentar realizar tudo que ele deixou", lamentou.

Renato foi baleado no domingo (6) na Rua Abel de Alvarenga. Segundo a Prefeitura de Caxias, ele deu entrada na unidade em estado gravíssimo com um traumatismo craniano e uma lesão frontal com fratura óssea. No dia seguinte, ele teve uma parada cardiorrespiratória e não resistiu.

No dia do crime, Julhyana contou que não estava em casa como de costume e que se pergunta o que poderia ter feito para proteger o marido. O casal estava junto há quase 4 anos.

"Nesse dia eu estava trabalhando, não estava em casa com ele como ficava todos os dias, mas infelizmente a gente não tem bola de cristal. Nesse dia eu ainda falei com ele momentos antes. Eu não tenho palavras para descrever o que ele foi para mim, de tão excelente. Além disso, como pai ele era exemplar, movia mundos e terras pelos filhos dele", reforçou.

A filha da vítima, Renata Oliveira Silva, 21 anos, revelou ainda não acreditar na tragédia. "Meu pai significava tudo, era o amor da vida do meu filho, foi o primeiro neto dele. Eu falei que o vovó foi morar no céu, que foi morar com Deus, para ele o vovô está dormindo, ele só tem 4 anos. Eu não me conformo, da forma que foi eu não esperava, foi uma surpresa, eu não consegui nem dar um adeus", disse.

A jovem contou ainda que convivia com o pai todos os dias. "Ele olhava meu filho para eu ir trabalhar, ele buscava meu filho na escola e me deixava no trabalho. Está sendo muito difícil, independente de política, do que ele estava trabalhando, ele estava sempre do meu lado. Eu não estou sabendo lidar com a perda do meu pai", explicou.
Investigação
O caso é investigado pela 53ª DP (Mesquita). De acordo com a Polícia Civil, a mulher e o irmão de Renato já prestaram depoimento e os agentes realizam diligências para identificar os responsáveis e a motivação do crime.
Ao DIA, o delegado Evaristo Magalhães, responsável pelo caso, explicou que a falta de imagens dificulta o trabalho de identificação dos suspeitos. Ele também contou que testemunhas relataram que os bandidos estariam em um carro e teriam atirado diretamente contra Renato.
Ainda de acordo com Evaristo, uma das linhas de investigação considera a hipótese de divergências políticas. No entanto, o delegado ressaltou que ainda não é possível afirmar que essa foi a motivação do crime.
Renato apoiou a candidatura de Gelsinho Guerreiro (Republicanos) à Prefeitura de Mesquita. O político ficou em segundo colocado na disputa com 18,78% dos votos válidos.