Rio - Os servidores do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), na Zona Norte, permanecem na porta da unidade, na manhã desta quarta-feira (16), para impedir a entrada de funcionários do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), de Porto Alegre, responsáveis pela nova gestão. A mudança foi definida oficialmente e publicada no Diário Oficial da União na terça-feira (15), mesma data em que a Justiça Federal multou o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social no Estado do Rio (Sindsprev/RJ) pelo bloqueio ao acesso de representantes da futura administração.
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Até as 16h desta quarta, os novos gestores – que passaram a terça tentando, em vão, entrar na unidade – ainda não haviam comparecido ao HFB. “Nós vamos permanecer aqui”, reforçou a auxiliar de enfermagem e dirigente do sindicato, Christiane Gerardo, que está ao lado de outros manifestantes, em colchonetes na direção e na porta do hospital, produzindo cartazes.
Os servidores federais estão em greve desde maio deste ano e já vinham realizando manifestações contra a intervenção do grupo gaúcho no hospital.
Procurado, o Ministério da Saúde mencionou o despacho emitido pela Justiça Federal determinando que os manifestantes não impeçam o acesso de equipes da pasta e do GHC e lamentou que o movimento na porta do hospital ainda prossiga.
O ministério não respondeu sobre prazo ou uso de forças policiais para intervir na situação. Afirmou apenas que aguarda o cumprimento da decisão da Justiça para que o processo de transição na gestão do HFB ocorra de forma pacífica. Ao longo do dia, apenas uma viatura da Polícia Militar tem acompanhado o movimento.
Entenda o caso
O Grupo Hospitalar Conceição (GHC), é uma empresa pública vinculada ao Governo Federal, de atuação nacional e que atende integralmente ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo o Ministério da Saúde, a prioridade da nova gestão é abrir a emergência, salas para cirurgias e mais de 200 leitos, para retomada gradativa de todos os serviços. A previsão de abertura total do hospital é de 45 dias, ou seja, ainda neste ano.
Além disso, neste mesmo prazo, mais de 2 mil novos trabalhadores, entre médicos, enfermeiros, auxiliares e funcionários administrativos, serão contratados por meio de processo seletivo. A pasta reforça que os direitos ficam garantidos para todos os servidores efetivos.
No prazo de até um mês, o GHC levará equipes especializadas até a unidade com o objetivo de diagnosticar a situação da infraestrutura e começar imediatamente reformas e adequações, como as necessidades elétricas e hidráulicas. A nova gestão vai otimizar o espaço de atendimento e garantir condições adequadas para os serviços hospitalares. Além disso, vai adquirir equipamentos e mobiliário prioritários que permitam o pleno funcionamento dos serviços de alta complexidade.
As medidas têm como objetivo garantir que a transição do hospital para a gestão do GHC aconteça gradativamente, de forma planejada, integrada, com foco na melhoria contínua dos serviços 100% SUS prestados à população e das condições de trabalho para os profissionais da saúde.
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